Candidato kirchnerista à Presidência da Argentina chama Bolsonaro de racista e violento

Vencedor das primárias de domingo, Alberto Fernández afirmou que Brasil sempre vai ser o principal parceiro do país vizinho

Foto: Divulgação/Facebook

O advogado Alberto Fernández, que venceu no domingo as Eleições Primárias Obrigatórias na Argentina tendo a ex-presidente Cristina Kirchner como candidata à vice, rebateu as críticas do presidente Jair Bolsonaro de que o retorno do kirchnerismo pode provocar a saída de cidadãos do país vizinho para o Rio Grande do Sul, sob o risco de tornar o estado uma “nova Roraima”. Ele chamou o chefe de Estado brasileiro de “misógino”, “racista” e “violento” e disse que Bolsonaro é uma mera “conjuntura na vida do Brasil”, assim como Mauricio Macri na Argentina.

“Eu celebro que Bolsonaro fale mal de mim… Ele é um misógino, um racista. A única coisa que eu peço é que eu deixe Lula livre. Com Bolsonaro eu não tenho problemas em ter problemas”, afirmou em uma entrevista à televisão. Ele também garantiu que vai se “relacionar muito bem com o Brasil”, apesar das ameaças do Planalto de rever a participação do país no Mercosul diante de uma eventual vitória da oposição. “Sempre será nosso principal parceiro”, completou.

A chapa de Fernández com Cristina obteve 47% dos votos nas primárias de domingo na Argentina, uma diferença quase insuperável para o presidente Mauricio Macri, que obteve 32%. O primeiro turno da eleição presidencial está previsto para 27 de outubro, e um eventual segundo turno, para 24 de novembro. Pela vitória “expressiva” nas primárias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril do ano passado, felicitou Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner.