Bonsaglia se reúne com Bolsonaro às vésperas de definição sobre a PGR

Nome do sucessor de Raquel Dodge deve ser confirmado até sexta-feira

Foto: ABr

Um dos cotados a assumir o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), o subprocurador-geral Mário Bonsaglia visitou o Palácio do Planalto, na tarde de hoje, para conhecer pessoalmente o presidente Jair Bolsonaro, responsável por escolher o sucessor da procuradora Raquel Dodge. Bonsaglia avaliou positivamente o encontro, dizendo que ele e o presidente conversaram sobre várias questões e expuseram pontos de vista.

“O presidente colocou algumas preocupações dele em relação à área jurídica, ao Ministério Público, e eu expus a minha visão a respeito de tais questões, que são no sentido daquilo que eu discuti ao longo da campanha da eleição da lista tríplice”, disse, sem entrar em detalhes.

Um dos temas abordados foi a compatibilização entre exploração de recursos naturais e preservação do meio ambiente. Bonsaglia se mostrou alinhado com Bolsonaro nesse sentido. “[Tratamos da] importância de compatibilizar a preservação da Amazônia com desenvolvimento sustentável. Essa é a minha posição também.”

Questionado se tinha a mesma visão que Bolsonaro sobre facilitar a permissão de exploração de terras indígenas, Bonsaglia se esquivou de firmar posição, mas disse que o Ministério Público Federal já discute a questão internamente.

“O Ministério Público Federal é uma instituição plural, onde há diversas reflexões a respeito do tema e que podem ser desenvolvidas no sentido de que os direitos envolvidos possam ser compatibilizados. Os direitos à preservação à vida tradicional dos povos indígenas, direito à exploração econômica sustentável de setores preservados de modo a se conciliar os diversos valores em jogo.”

Bonsaglia é o primeiro colocado na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A listá também é composta ainda por Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. Bolsonaro já declarou que não se sente obrigado a escolher um dos três nomes, embora essa seja uma tradição presidencial. Ele afirmou que o novo procurador-geral da República não deve tratar as questões sob a alçada do órgão com “radicalismo” e deve atuar “sem estrelismo” . Na semana passada, o presidente afirmou que o nome indicado sai até a próxima sexta-feira.