Bolsonaro demite secretário de imprensa uma semana após nomeação

Paulo Fona é quarto ocupante do cargo a ser exonerado pelo presidente

Foto: Dênio Simões / Agência Brasília / Divulgação

Uma semana após a nomeação oficial, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o secretário de Imprensa da Presidência da República, o jornalista Paulo Fona. Escolhido pelo secretário especial de comunicação, Fabio Wajmgarten, Fona foi secretário de Comunicação dos governos de Rodrigo Rollemberg (PSB), no Distrito Federal, e de Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul. Também trabalhou na liderança do PSB na Câmara.

Em nota, Fona disse que foi pego de surpresa pela decisão de Bolsonaro. Apesar de a nomeação ter sido formalizada no dia 7 de agosto, Fona já vinha trabalhando informalmente no palácio há algumas semanas. “A decisão da minha exoneração pelo Presidente da República me pegou de surpresa. Fui convidado para assumir a Secretaria de Imprensa, alertei-os de meu histórico e minha postura profissional e a intenção de ajudar na melhoria do relacionamento com a mídia em geral. O desafio era imenso, sempre soube, mas esperava maior profissionalismo, o que não encontrei. Em todos os governos que passei de diferentes partidos – MDB, PSDB e PSB – sempre trabalhei com o objetivo de tornar a Comunicação mais ágil, eficiente e transparente e leal às propostas da gestão”, comentou. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Desde o início do ano, o governo encontra dificuldade em preencher a vaga de secretário de Imprensa e outros três nomes já foram exonerados do cargo, Alexandre Lara, Fernando Diniz e Fernando Guedes. A ideia é que o secretário acompanhe as viagens presidenciais e ajude no relacionamento com a imprensa. “Construí minha carreira profissional com meus próprios méritos e defeitos. Obrigado a todos os jornalistas que me acolheram de maneira calorosa e esperançosa de que o relacionamento mudaria”, disse Fona em outro trecho.

Segundo interlocutores, Bolsonaro avaliou que Fona não tinha o “perfil” esperado por ter trabalhado com políticos considerados de esquerda. O presidente vem repetindo a ministros que eles podem nomear, mas que se os indicados não estiverem dentro do perfil ele vai exonerar. A demissão também ocorre em meio a uma reformulação no Planalto. O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, não fica mais subordinado à Secom.