Dias Toffoli: Lava Jato só existe graças ao STF

Ministro lamentou que "tudo vai parar no judiciário"

Foto: Arquivo/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, defendeu hoje a atuação da Operação Lava Jato e disse que ela só existe porque é fruto da institucionalidade, citando leis sobre o combate à corrupção. “A Lava Jato só existe graças ao STF. O que não se pode permitir na República é que se apropriem das instituições”.

O ministro se manifestou dias após virem à tona diálogos publicados pela imprensa a partir do material obtido pelo site The Intercept Brasil sugerindo a suposta intenção do coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, de pressionar integrantes do Supremo, como Toffoli e Gilmar Mendes, por meio de investigações sobre eles e familiares a partir de dados da Receita Federal.

Hoje, Toffoli abordou o tema “O Papel do Judiciário no Novo Momento do Brasil” para mais de 500 pessoas no almoço-debate do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) que contou com a presença de CEOs, presidentes e demais lideranças corporativas, além de outras autoridades públicas em São Paulo.

O ministro elogiou ainda a sugestão de inclusão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Banco Central, tirando o órgão da disputa entre Ministérios da Justiça e da Economia. “O que impede que um ministério apure, investigue ou fiscalize”.

Dias Toffoli voltou a reforçar o objetivo principal ao assumir a presidência do STF. “Fazer que o judiciário voltar a cuidar do passado e o executivo e legislativo cuidar do presente e do futuro. O judiciário julga o que aconteceu no passado, não é o judiciário que vai determinar o futuro da economia e da sociedade”.

O ministro lamentou que “tudo vai parar no judiciário” porque existem “atores que estão legitimados a provocar o judiciário”. “Se tudo vai parar no judiciário é um fracasso dos outros setores da sociedade”, completou Toffoli.

O presidente do STF destacou que o judiciário, “por conta da nossa Constituição extensa”, assumiu o protagonismo. Para ele, os entes e as pessoas devem reassumir o papel que lhes cabe. “É necessário que a sociedade assuma as suas responsabilidades nas soluções”.

O ministro disse que é preciso destravar o Brasil. “O que temos que fazer? Dar aquilo que o povo pediu, vamos destravar o Brasil. Esse processo se sintetiza no número de votantes na Reforma da Previdência, 375 votos favoráveis para a reforma”.