Criminosos que cometeram chacina em Mostardas fingiram batida policial

Cinco pessoas foram mortas e quatro se feriram, no fim de semana

Foto: Brigada Militar

“Polícia, polícia, deita, deita”. Foi dessa maneira que criminosos adentraram, na madrugada de sábado, em uma boate na localidade de Solidão, a cerca de 60 quilômetros ao norte do Centro do Mostardas, no litoral Sul. No ataque, três homens e duas mulheres foram assassinados a tiros e quatro pessoas ficaram feridas, todas elas encaminhadas a unidades de saúde de Porto Alegre. Em um vídeo que circula em grupos de WhatsApp, um dos criminosos fala que vai colocar o aparelho celular no bolso e grava, em pouco menos de três minutos, o ataque. As imagens são escuras, mas é possível ter ideia da organização, rapidez e frieza do grupo.

“Deita, deita, deita que é polícia, polícia, deita, deita”, dizem. A gravação revela que foram muitos os disparos e que as armas foram recarregadas diversas vezes. A ação dura pouco tempo. Mesmo do lado de fora da casa noturna, os tiros seguem. Na saída, um deles grita o nome da facção criminosa, originária da zona Leste da Capital, e o grupo comemora o êxito da ação.

De acordo com o responsável pelo Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral (CRPO Litoral), coronel Luiz Ernesto Duarte, que assistiu ao vídeo, os bandidos fingiram ser policiais para fazer os alvos obedecerem às ordens sem reagir.

Enquanto a investigação é feita, a Brigada Militar (BM) mantém barreiras e abordagens, com intuito de evitar que novos fatos aconteçam. Os alvos da quadrilha, de acordo com o coronel, eram a dona da casa noturna e uma das vítimas que acabou morrendo no local. A proprietária notou a chegada do bando pelas câmeras de monitoramento, se escondeu e conseguiu fugiu. “O ataque, ao que tudo indica, é em decorrência da guerra entre as facções criminosas”, completou Duarte.

A reportagem tentou contato com o delegado substituto da Delegacia de Mostardas, João Henrique Gomes de Almeida, que informou que “as informações sobre as investigações do caso de Mostardas serão repassadas, por ora, via Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil”. O setor foi procurado e disse que os trabalhos estão em andamento e nenhum detalhe foi informado.