Estoques da vacina BCG caem mais uma vez em cidades gaúchas

Alerta é da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul

Estoques da vacina BCG estão baixos nos postos de saúde do Estado. Imagem: Reprodução

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul está em alerta para a baixa nos estoques da vacina BCG. O problema, que já havia sido registrado no começo do ano, volta a preocupar os profissionais da saúde. A entidade informou que a escassez vem sendo verificada em todo o país, e não apenas nas cidades gaúchas.

Conforme a Sociedade, as doses estão sendo enviadas para as principais unidades de saúde de cada município, a fim de otimizar a vacinação. Cada ampola de BCG rende até dez doses, o que demanda o agendamento de horários, em alguns casos, para evitar o desperdício do soro. A nota da entidade ainda ressalta que o número de lotes programado para o Rio Grande do Sul está adequado, mas que os atrasos são frequentes.

O que dizem as autoridades da Saúde

O governo estadual informou que os repasses das doses da vacina BCG vêm do governo federal, que controla o encaminhamento. Os Estados só redistribuem o soro. No Rio Grande do Sul, conforme a assessoria de comunicação da Saúde, a cota enviada em julho correspondeu a 68% do aguardado. O Estado não recebeu a totalidade das doses porque parte dos carregamentos ainda espera liberação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

O restante do lote atrasado deve chegar na segunda quinzena do mês. Para agosto, ainda não há previsão de repasse. A confirmação da falta efetiva do produto, disse a Saúde, depende dos dados referentes à procura nos postos nos próximos dias.

O Ministério da Saúde, responsável pelos repasses, foi procurado mas ainda não retornou ao pedido de informação da reportagem.

Problema recorrente

Em fevereiro, os estoques de BCG no Rio Grande do Sul ficaram zerados, e a situação só se resolveu cerca de um mês depois. À época, a justificativa também foi a morosidade do governo federal em repassar as doses.

Quando a BCG é administrada?

A vacina BCG compõe o calendário vacinal do país, sendo aplicada em recém-nascidos ainda na maternidade ou na primeira visita ao pediatra. Ela previne a tuberculose, principalmente a miliar e a meníngea. Nos casos em que a criança não tomou a dose ao nascer, a vacina fica disponível nos postos e pode ser aplicada em crianças com até cinco anos de idade.

Em Porto Alegre, doses direto nas maternidades 

Na Capital, a Secretaria Municipal de Saúde expandiu para as maternidades SUS a aplicação da vacina BCG. O hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV), por exemplo, está imunizando os recém-nascidos desde o fim de julho. Já o Conceição, desde o mês de junho. A intenção da prefeitura é facilitar o acesso à vacina, mesmo com 38 unidades de referência para aplicação da BCG na cidade.