Lava Jato garante que Dallagnol nunca pediu investigação de ministros do STF

Mensagens divulgadas hoje pela Folha e pelo The Intercept Brasil sugerem que procurador temia uma decisão do STF barrando as investigações

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Em nota oficial, a força-tarefa da Operação Lava Jato desmentiu a informação divulgada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo, em parceria com o The Intercept Brasil, de que o procurador da República Deltan Dallagnol tenha incentivado colegas em Brasília e Curitiba a investigar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e Gilmar Mendes de forma sigilosa. As publicações se basearam em mensagens de celular atribuídas a Dallagnol.

O objetivo do procurador, segundo as mensagens, era encontrar indícios de ligação dos ministros e de familiares deles com as empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Ele temia, de acordo com a Folha e o Intercept, uma decisão do STF barrando as investigações da Lava Jato.

A Força-tarefa garante, na nota, que Dallagnol nunca solicitou à Receita Federal a investigação de ministros do STF ou familiares e, tampouco, orientou os trabalhos do órgão. A nota sustenta ainda que “sempre que foram identificados elementos apreendidos pela força-tarefa que contiveram menções a autoridades com foro especial, foi formalizado o devido encaminhamento” à Procuradoria-Geral da República.

A nota é concluída com a informação de que os procuradores da República “não reconhecem as mensagens oriundas de crime cibernético”, que, segundo eles, vêm sendo usadas de “forma editada ou fora de contexto, para embasar acusações e intrigas que não correspondem à realidade”.

Leia a nota na íntegra:

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba esclarece que o procurador da República Deltan Dallagnol nunca solicitou à Receita Federal que investigasse ministros do Supremo Tribunal Federal ou familiares e tampouco orientou os trabalhos do órgão, sequer tendo conhecimento de quem são os auditores responsáveis por eventual ação.

As investigações realizadas pelos integrantes da força-tarefa sempre foram restritas ao escopo de suas competências perante a 13ª Vara Federal, na 1ª instância do Judiciário. As informações sobre detentores de foro privilegiado que chegaram ao grupo sempre foram repassadas à Procuradoria-Geral da República, como determina a lei. Algumas dessas informações chegaram à força-tarefa porque ela desempenha o papel de auxiliar da PGR na elaboração de acordos, mas nunca por causa de investigações.

Assim, sempre que foram identificados elementos apreendidos pela força-tarefa que contiveram menções a autoridades com foro especial, foi formalizado o devido encaminhamento.

Os procuradores da República confiam nas instituições e respeitam os integrantes do STF. Além disso, eles não reconhecem as mensagens oriundas de crime cibernético e que têm sido usadas, de forma editada ou fora de contexto, para embasar acusações e intrigas que não correspondem à realidade.

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