Taxa de suicídio no RS supera a mundial e é a maior entre os estados do Sul

Dados foram divulgados, nesta quarta-feira, pela Secretaria de Planejamento e Gestão

Imagem: Laura Gross/Rádio Guaíba

Dados divulgados, hoje, sobre os principais indicadores de metas de saúde e bem-estar da população, definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), revelaram que as taxas de suicídio no Rio Grande do Sul ficaram acima da média mundial, em 2017. O indicador local também era mais alto entre os estados do Sul do País.

Os números, apresentados pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), fazem menção aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma agenda de desenvolvimento para os países signatários do acordo. Dentre esses objetivos, um se refere especificamente à saúde.

Embora várias das metas estabelecidas pela Agenda 2030 não sejam competência dos governos locais, há muito o que as gestões estaduais e municipais podem fazer para que essas metas sejam cumpridas ao fim do prazo estabelecido. No estudo divulgado hoje, foram apresentados dados relativos à situação dos ODS no RS e no Brasil, e às ações estabelecidas pelo governo estadual até o fim de 2018.

As taxas de mortalidade materna, neonatal e de menores de cinco anos apresentaram resultados favoráveis, assim com o número de casos de doenças transmissíveis e não transmissíveis, o número de mortes (incluindo suicídio) e ferimentos por acidentes nas estradas e o acesso à saúde sexual e reprodutiva, a medicamentos e a serviços de saúde. Já as taxas de suicídio foram consideradas elevadas e as coberturas vacinais, abaixo do esperado.

Em relação ao indicador que mede o desempenho do suicídio, a taxa (a cada 100.000 habitantes) é de 10,6 no mundo, 9,8 nas Américas e 15,4 na Europa. O Brasil registra taxas menores, de 6,5, em média, mas esse número cresceu. Em 2000, a média era de 4,8.

No RS, a taxa de suicídio em 2017, de 11,65, era mais alta do que a nacional, superando, na região Sul, as de Santa Catarina (10,69) e do Paraná (6,88), todas elas em ritmo de crescimento. Em números absolutos, foram 1.349 mortes no RS em 2017, 774 no Paraná e 739 em Santa Catarina.

Já no indicador que trata sobre a cobertura vacinal, a pesquisa mostra tendência de queda constante, a partir de 2013, tanto em nível estadual quanto nacional. Nos anos 2000, a média era pessoas vacinadas com as doses obrigatórias do calendário era de 100%, no Rio Grande do Sul, caindo para 80%, em 2017.

O comportamento explica, em parte, os casos de mortes por doenças transmissíveis, como a hepatite, a tuberculose e a dengue. Em 2017, o RS teve 8,8% dos óbitos por causas evitáveis, como decorrência de doenças infecciosas, um pouco abaixo dos 9,2% verificados no País.

Há algumas exceções a essa regra, com o crescimento da base de cobertura contra a hepatite B, entre os anos 2015 e 2016, e da tríplice viral D1, no mesmo período.

No caso nacional, houve um crescimento pequeno na cobertura para BCG (contra a tuberculose) de 2016 para 2017; para hepatite B, entre 2015 e 2016, e para tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), entre 2013 e 2014. Também houve crescimento mínimo na proteção pela DTP (também chamada de tríplice bacteriana, que engloba difteria, tétano e coqueluche), entre 2014 e 2015.