Cada um dos 81 senadores da República pode, ao assumir o cargo, montar o gabinete. Pelas regras do Senado, não há número mínimo e nem máximo de funcionários, mas todos eles são pagos com o dinheiro do contribuinte (recursos do Tesouro Nacional).
Na atual legislatura, o senador do DF Izalci Lucas (PSDB) é o recordista na casa em número de funcionários, com 85. O número equivale, de acordo com critérios do Sebrae, a uma empresa de médio porte de comércio e serviços, que fatura entre 4,8 e 300 milhões por ano, de acordo com o INSS.
Nesse quesito, o Distrito Federal se destaca por contemplar os dois extremos do espectro. No pólo oposto ao de Izalci, Reguffe (Sem Partido) é o senador com menos funcionários em gabinete, com apenas 8, dez vezes menos do que o colega de bancada.
Como meio de comparação, vale ressaltar os números dos três senadores cearenses. Cid Gomes (PDT) mantém 17 funcionários, Eduardo Girão (Podemos), 15, e Tasso Jereissati (PSDB), 18. Somados, os três atingem um total de 50.
Mas não é só o Ceará que fica atrás de Izalci nesta lista. Ao todo, são oito estados em que o número de assessores dos três senadores somados não supera os 85 do tucano brasiliense.
Espírito Santo, com 84, Minas Gerais, 82, Paraná, 78, Rio de Janeiro, 70, Santa Catarina, 84, São Paulo, 68 e Rio Grande do Sul, 76, além do próprio Ceará, são os que estão abaixo de Izalci na lista.
Bancada gaúcha
O Rio Grande do Sul revela outro caso curioso. Paulo Paim acumula, com 38 assessores, exatamente o mesmo número do pessoas que os outros dois gaúchos possuem. Lasier Martins (Podemos) conta com 16 funcionários e Luiz Carlos Heinze, com 22.
O que disse o senador
Procurado, o senador Izalci Lucas, por meio da assessoria, declarou que o número elevado de funcionários se deve ao “volume de trabalho” do parlamentar. Segundo ele, são nove comissões, dois grupos parlamentares, 16 comissões de medidas provisórias, além da vice-presidência do governo, partido, e de um bloco no Senado.
Ainda segundo a assessoria, todos os funcionários estão ativos, se não no gabinete, representando o Senador em reuniões, já que Izalci atua de segunda a sexta recebendo pessoas, tendo atendido, segundo a assessoria, mais de 6 mil ao longo do início de mandato.
O senador ressaltou, ainda, que não usa apartamento funcional, Auxílio-Moradia ou passagens pagas com verba da casa.
