Tabaco brasileiro apto à exportação para China

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O tabaco brasileiro foi, mais uma vez, certificado pelos técnicos chineses da Administração Geral das Alfândegas da República da China (GACC) para ser embarcado. A pré-inspeção é uma das exigências do atual protocolo bilateral de comércio entre Brasil-China para a exportação do tabaco e compreende a coleta de amostras do produto processado para testes laboratoriais que comprovem a fitossanidade do tabaco brasileiro antes do embarque.

O encerramento das atividades ocorreu nesta sexta-feira, 19 de julho, em Santa Cruz do Sul (RS) e reuniu representantes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas exportadoras, integrantes da GACC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Segundo Liu Fuchao, supervisor da GACC, o trabalho deste ano foi concluído com sucesso. “Dois grupos de inspeção estiveram na região desde meados de junho e 60 amostras foram analisadas de um volume total de 43 mil toneladas compradas pela China. Os dois grupos viram o empenho das empresas brasileiras em respeitar as exigências fitossanitárias do acordo, garantindo a segurança do tabaco à China”, relatou o técnico sobre o material que foi analisado no laboratório da Central Analítica da UNISC. A responsável técnica do Laboratório de Fitopatologia, professora Adriana Dupont, acompanhou as análises laboratoriais.

A China é um importante parceiro do agronegócio brasileiro há alguns anos e isso também acontece no setor do tabaco: em 2017 figurou como segundo maior país comprador do tabaco brasileiro, gerando US$ 276 milhões em divisas, o que representou 13% do total embarcado no ano. Em 2018, devido a questões logísticas e à decisão do cliente de postergar embarques para o primeiro semestre de 2019, o país figurou na terceira colocação, com US$ 165 milhões embarcados. Como reflexo, é esperado um aumento nos embarques do ano corrente. Pesquisa realizada em março pela PriceWaterhouseCoopers confirmou essa expectativa, apontando aumento de 6% a 10% no total dos embarques de 2019, tanto em dólares quanto em volume.

“Historicamente, a China só não é o maior país importador devido ao porto da Antuérpia, na Bélgica, destino de 40% do nosso produto. Esperamos que essa relação sólida continue por muitos anos”, ressaltou o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke.

Por se tratar de uma missão oficial de inspeção agropecuária, feita por técnicos de outro país, técnicos do MAPA acompanharam todo o processo de coleta e análises das amostras. Mauro Ruggiro e Roque Danieli representaram a Superintendência do MAPA no RS e enfatizaram a importância do trabalho realizado.

“Trabalhamos neste acompanhamento há mais de 10 anos e vemos a seriedade do trabalho conduzido pelos técnicos, assim também como no caso das empresas brasileiras. O resultado positivo para o Brasil é resultado direto de um trabalho consolidado de integração entre produção no campo e beneficiamento do produto”, afirmou Danieli que também falou da expectativa de reavaliar os termos do protocolo em breve.

Representando o Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura em Brasília, Débora Maria Rodrigues Cruz destacou a importância da atividade, “ao assegurar a sanidade do produto e o atendimento dos requisitos fitossanitários para atendimento do protocolo com a China”.