Buscas a quadrilha de roubo a banco abrangem Dom Feliciano, Amaral Ferrador e Cristal

Brigada Militar suspeita que até cinco criminosos estejam escondidos na região

Mobilização policial concentra-se na zona rural entre os três municípios | Foto: Brigada Militar / CP

No 14º dia de buscas a uma quadrilha de assaltantes de banco, na metade Sul, o cerco da Brigada Militar ocupa um perímetro de cerca de 30 quilômetros de zona rural entre os municípios de Dom Feliciano, Amaral Ferrador e Cristal. Na manhã desta sexta, o comandante do 30º BPM, major Marcelo Nunes Ferreira, confirmou a estimativa de que até cinco criminosos, armados de fuzis, possam estar refugiados na região.

“Dois deles podem estar feridos”, avaliou, referindo-se ao interior ensaguentado de uma caminhonete Nissan Frontier abandonada no início da fuga após o ataque com explosivos ao Bradesco de Dom Feliciano, no dia 6. Houve um primeiro confronto com os bandidos que deixaram o veículo e embrenharam-se na vegetação. “Até determinado ponto havia um rastro de sangue”, lembrou o oficial.

As buscas incluem barreiras, patrulhamento intenso e incursões.“Há muita área abandonada, como estufas e galpões, além de matagais… A área é muito grande”, observou o major Marcelo Nunes Ferreira.

A mobilização envolve policiais militares do efetivo do 30º BPM, o 2º Batalhão de Choque de Santa Maria, os Pelotões de Choque do 6º BPM de Rio Grande e do 4º BPM Pelotas, além do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) de Porto Alegre e o apoio aéreo do Batalhão de Aviação da BM. Já a Polícia Federal segue na área com o Grupo de Pronta Intervenção (GPI).

No fim da noite da última terça-feira, em Cristal, um confronto entre policiais federais e criminosos que pretendiam resgatar os cúmplices refugiados no mato, se registrou na ERS 354, na Estrada do Palanque. Um comboio de veículos dos bandidos percorria estradas vicinais quando se deparou com duas barreiras da PF. Ambas foram furadas por um Honda Civic e um Chevrolet Celta, ocorrendo então um confronto.

Duas mulheres morreram e uma criança ficou ferida. O responsável pelo plano de resgate teve o corpo encontrado, na noite de ontem, em uma cela da Superintendência da Polícia Federal, em Porto Alegre. Conforme nota oficial da PF, ele utilizou ataduras de curativos para cometer suicídio. Já a criança, um menino de quatro anos, segue internado em estado grave na UTI Pediátrica do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

O Ministério Público Federal (MPF), por meio do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul, instaurou procedimento investigatório criminal para apurar as circunstâncias das mortes e lesões decorrentes da ação da PF em Cristal. Foram solicitados à PF esclarecimentos com detalhes do fato e da operação.