PDT suspende Tabata e outros 7 deputados que deram sim à reforma

Grupo, que também é integrado pelo gaúcho Marlon Santos, pode até ser expulso do partido

Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados

O PDT instaurou, nesta quarta-feira, um processo disciplinar contra os deputados Tabata Amaral (SP), Marlon Santos (RS) e mais cinco parlamentares da bancada federal que desrespeitaram decisão partidária e votaram a favor da Reforma da Previdência, na semana passada. Em reunião da Executiva Nacional, da Comissão de Ética e de representantes de movimentos sociais do PDT, a maioria dos presentes aprovou também a suspensão das representações partidárias dos parlamentares até que o processo seja concluído – o que pode demorar até 60 dias.

Na prática, isso significa que eles seguirão exercendo os mandatos sem fazerem parte do partido de forma oficial. Todos os parlamentares que contrariaram a orientação do partido serão chamados a dar as versões sobre o caso. Ao fim da apuração, eles poderão ser expulsos ou sofrer punições menores, como advertência.

Tabata Amaral teve atuação destacada em 2019 por fatos como o embate com o ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez. Também fazem parte da lista os deputados Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG).

Criticada por setores de esquerda e por membros do partido em razão do voto favorável à reforma, Tabata Amaral disse em artigo no jornal Folha de S.Paulo que está sofrendo “perseguição política”.

Entre os membros do partido que criticaram Tabata abertamente está o presidente Carlos Lupi, que afirmou que ela defende uma “democracia de conveniência”. Ciro Gomes, ex-candidato à Presidência da República, defendeu que os parlamentares que votaram a favor da reforma da previdência peçam para sair do partido.

PSB pede que 11 se expliquem
Os processos disciplinares abertos pelo PDT não são os primeiros após a votação da reforma. Na segunda-feira, o Conselho de Ética do PSB abriu processo contra 11 deputados que votaram a favor da reforma da Previdência, contrariando orientação do diretório nacional do partido. Os deputados terão dez dias para apresentar defesa. Um deles é Liziane Bayer, do Rio Grande do Sul.

Após análise do caso, os parlamentares poderão ser advertidos, suspensos ou mesmo expulsos da legenda.