Senado só recusou nome de um indicado para vaga no exterior

Aliados insatisfeitos impuseram derrota a Dilma, em 2015

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O Senado recusou, em 2015, a indicação do diplomata Guilherme Aguiar Patriota para a Organização dos Estados Americanos (OEA) em maio de 2015. Indicado pela então enfraquecida presidente Dilma Rousseff, o plenário barrou o nome de Patriota pelo placar de 38 votos a 37, após ele ter sido sabatinado e aprovado pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) com sete votos a favor e um contrário.

A recusa, por margem apertada, se tratou de uma decisão política, e não técnica. Diplomata de carreira, Patriota tinha currículo compatível com o exigido pelo cargo. Mas a base de Dilma, insatisfeita, queria impor uma derrota à presidente.

Historicamente, foi a única rejeição do Senado a indicados para cargos diplomáticos no exterior. Todos devem passar pela sabatina e aprovação da comissão de relações exteriores da Casa e pela votação em plenário.

Eduardo Bolsonaro, indicado pelo presidente para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos, vai ter de passar pelas duas votações, na Comissão e no plenário. Pelo histórico do Senado e pela atual situação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na Casa, é muito pouco provável que ele tenha o nome rejeitado.

A comissão de relações exteriores do Senado soma 18 senadores titulares, mas uma das cadeiras está vaga. Ela é presidida pelo senador Nelsinho Trad (PSD/MS). Entre os membros, há um senador do partido do presidente, Major Olímpio (PSL-SP). Cinco cadeiras pertencem ao bloco Unidos pelo Brasil (MDB, PRB, PP); duas ao PSDB, que forma o bloco PSDB/PSL; três ao bloco independente (Rede, PDT, Cidadania, PSB); duas à oposição, que forma o bloco resistência democrática (PT, PROS); duas ao PSD, duas ao bloco parlamentar Vanguarda (DEM, PL, PSC) e uma ao Podemos.