Senado deve concluir reforma da Previdência em 45 dias, prevê líder do governo

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre revelou que, assim como ele, futuro relator da PEC, Tasso Jereissati, defende tramitação de texto paralelo que contemple Estados e municípios na reforma

Senador Fernando Bezerra. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A reforma da Previdência ainda não chegou ao Senado, mas já recebe prazos para a tramitação. O líder do governo na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), estima que, em até 45 dias, a reforma esteja aprovada em definitivo.

A perspectiva do líder é mais otimista que a da presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS). Segundo ela, a votação deve ocorrer em 60 dias, uma vez que a análise do tema na comissão deve levar, no mínimo, três semanas.

Porém, na avaliação de Bezerra, no Senado a discussão é mais fácil que na Câmara, por envolver um número bem menor de parlamentares.

Bezerra também se mostrou tranquilo quanto aos votos, dizendo que o governo detém maioria suficiente para aprovar a reforma. Ele calcula o apoio de 54 a 60 senadores, contra um mínimo necessário de 49, em dois turnos de votação.

O texto votado pelos senadores deve ser a mesma proposta aprovada na Câmara. A ideia é evitar alterações que façam com que o texto volte para confirmação dos deputados e, com isso, retarde a conclusão.

Qualquer alteração deve se tornar uma nova proposta. E, nesse quesito, entra a inclusão dos estados e municípios na reforma. A medida chegou a ser considerada no plenário da Câmara, mas não foi à frente. A tese que ganha força no Senado é a redação de outra proposta de emenda à Constituição (PEC), que tramite independentemente da reforma principal. Essa ideia deve ser apresentada relator da reforma na Casa, Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, é um dos apoiadores da tramitação independente. Para ele, é tarefa do Senado, cuidar dos estados e municípios, cumprindo o papel de “Casa da Federação”. “O nosso sentimento é que se incluam os estados e municípios, se faça essa emenda na PEC da reforma e que se inicie uma nova emenda constitucional a partir deste novo texto”, completou.