Novo presidente do BNDES pretende explicar “caixa-preta” em dois meses

Utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro, a expressão refere-se a financiamentos para a exportação de serviços a países como Cuba, Angola, República Dominicana e Argentina

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende explicar a “caixa-preta” na instituição financeira em até dois meses, disse hoje o novo presidente da instituição, Gustavo Montezano. Ele disse não ter opinião formada sobre as gestões anteriores, mas que precisa explicar as decisões tomadas nos últimos anos pelo banco.

“O que a gente está se propondo a fazer é explicar a ‘caixa-preta’. Há uma duvida clara sobre o que há ou não no BNDES. Cada um me conta uma informação diferente da mesma história”, disse Montezano, nesta terça, na primeira entrevista coletiva após assumir o cargo.

Utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro, a expressão “caixa-preta do BNDES” refere-se a financiamentos para a exportação de serviços a países em desenvolvimento, como Cuba, Angola, República Dominicana e Argentina. Atualmente, o banco divulga as condições dessas operações na página BNDES Transparente, mas Montezano disse ser prioridade número um da gestão prestar mais esclarecimentos à sociedade. “Esperem dois meses para a gente ter algo completo e conclusivo. É a prioridade um do banco”, completou.

Metas
Montezano tomou posse hoje no comando do banco, substituindo o economista e ex-ministro Joaquim Levy, que pediu demissão em junho. Além da divulgação dos detalhes da “caixa-preta” do banco, ele anunciou quatro metas: a venda de ações de empresas em poder do banco; a devolução ao Tesouro de R$ 126 bilhões até o fim do ano e de R$ 144 bilhões até o fim de 2022; um plano de metas, orçamento e dimensionamento para os próximos três anos; e a prestação de serviços de assessoria financeira a estados, municípios e órgãos do governo federal.

O presidente do BNDES confirmou que os primeiros clientes do banco serão o Ministério da Infraestrutura, nos projetos de concessões; a Casa Civil, responsável pelo Projeto Piloto de Investimentos, e a Secretaria de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados do Ministério da Economia, que coordena as privatizações.