Ficará para depois do recesso parlamentar a análise da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa sobre a concessão da Medalha do Mérito Farroupilha para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O deputado Edegar Pretto (PT) pediu vistas e adiou a discussão sobre o assunto para agosto. O autor da proposição é o deputado Capitão Macedo (PSL).
O parlamentar, que é do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, não acreditava que algum colega iria se opor à entrega da honraria. “Eu não vejo nenhum empecilho”, afirmou. Capitão Macedo afirmou que Moro se tornou uma pessoa de renome internacional em razão do combate à corrupção. “Nas não vejo, no momento, alguém que vai se opor à entrega da medalha”, completou.
Capitão Macedo justificou a iniciativa alegando as contribuições que Moro prestou ao Rio Grande do Sul enquanto ministro. O parlamentar citou a entrega de viaturas e armas para as forças de segurança gaúchas e o Projeto Anticrime, ainda não apreciado pelo Congresso Nacional.
Conforme Edegar Pretto, o pedido de vistas ocorreu porque a homenagem sugerida se deu em meio a uma licença revindicada por Moro, que ainda não completou um ano de Ministério. “Quando Sérgio Moro retornar ao cargo, se retornar, o pedido de concessão da Medalha poderá ser apreciado pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa”, argumentou.
Histórico
Em outubro de 2015, a Mesa Diretora da Assembleia aprovou a proposição do então deputado estadual Marcel Van Hattem que estendia a Moro a distinção. O então juiz da 13º Vara Federal de Curitiba nunca veio ao estado receber a honraria. De acordo com a Procuradoria da casa, a existência de uma homenagem anterior não impede que um parlamentar proponha uma nova ação do tipo.
Em junho, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou a concessão da Medalha Tiradentes ao ministro. Moro também recebeu a Ordem do Ipiranga, oferecida pelo Governo do Estado de São Paulo, no mesmo mês. Ainda neste ano, em 30 de abril, o ex-magistrado recebeu, do presidente Jair Bolsonaro, a Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco.
Sérgio Moro é alvo de críticas por, supostamente, ter atuado em conjunto com investigadores do Ministério Público Federal na operação Lava Jato, o que não é permitido por lei. O ex-juiz foi exposto em trocas de mensagens com o Procurador da República Deltan Dallagnol em reportagens lideradas pelo site The Intercept Brasil.