Temendo não pagamento de rescisões, trabalhadores da saúde fazem protesto em Canoas

Greve, a partir de quarta, deve seguir por tempo indeterminado

Trabalhadores temem o não recebimento pelos direitos trabalhistas | Foto: Fernanda Bassôa / Especial / CP

Cumprindo aviso prévio e com greve marcada para a próxima quarta-feira, trabalhadores da Saúde protestaram, nesta segunda-feira, em frente ao prédio da Prefeitura de Canoas. Os 347 funcionários, que devem ser desligados no dia 31, temem o não pagamento integral das rescisões trabalhistas e a falta de depósito do FGTS.

Com faixas, cartazes, apitos e bandeiras, os trabalhadores se posicionaram em frente ao Executivo. “A mobilização desta segunda é para lembrar que existe sim responsabilidade da Prefeitura em razão de ter firmado contrato com uma empresa que não honra com seus compromissos financeiros”, disse o vice-presidente do SindiSaúde-RS, Júlio Appel.

A agente de atendimento da UBS Olaria, Aline Alves, que carregou uma das bandeiras do movimento, conta que em um ano de trabalho não teve nenhum mês de FGTS depositado. “Precisamos pressionar a Administração, pois corremos o risco de ficar sem emprego e dinheiro. Como faremos sem o encaminhamento do seguro-desemprego?” Colega de Aline, a auxiliar de farmácia Valquíria Silva dos Santos, reclamou de desrespeito com o trabalhador. “Trabalhar no setor da saúde não é nada fácil. Exige muito esforço e dedicação. Ainda assim, escutamos muito desaforo.”

O setor jurídico da Associação Beneficente São Miguel, que juntamente com a ABC gerencia e administra o Hospital Nossa Senhora das Graças, entidade que firmou o contrato com a empresa, foi procurada, mas ainda não se manifestou. O mesmo aconteceu com a Prefeitura.

Os 347 trabalhadores que serão desligados no próximo dia 31 exercem serviços médicos, de enfermagem, administrativos e de higienização em 27 Unidades Básicas de Saúde, oito farmácias e três UPAs da cidade. A greve marcada para iniciar na quarta-feira deve seguir por tempo indeterminado.