Segundo turno da reforma da Previdência pode ficar para agosto, reconhece Maia

Presidente da Câmara minimizou a perda de economia com os destaques aprovados até agora

Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira, 12, que irá trabalhar para votar nesta sexta os destaques que faltam para a conclusão do primeiro turno de votação da reforma da Previdência no plenário da Casa. Já o segundo turno poderá ficar até mesmo para agosto, admitiu.

“O importante é terminar o primeiro turno hoje”, afirmou Maia, ao chegar ao Congresso. “Depois disso vamos ver se o quórum se mantém para sábado, semana que vem ou agosto”, completou.

“A perda de arrecadação não vai passar no total de mais de R$ 25 bilhões. Mas os destaques do PT, se forem aprovados, tiram mais de R$ 100 bilhões. Por isso não podemos perder nenhum deputado hoje (sexta), o quórum é importante”, acrescentou. Quando Maia chegou à Câmara, havia apenas 175 parlamentares na Casa.

Aprovada em primeiro turno, o texto da reforma deverá ser enviado – protocolarmente – de volta à Comissão Especial, que formatará a redação resultante do plenário. Segundo Maia, isso deve ocorrer somente no começo da noite desta sexta.

Por isso, ainda há dúvidas se o plenário teria quórum suficiente para aprovar a reforma também em segundo turno antes do recesso parlamentar. “Não podemos correr o risco de ir para o segundo turno e perder a votação. Não podemos querer tocar muito rápido”, argumentou.

O presidente da Câmara disse ainda que irá consultar partidos para saber qual é a projeção de quórum na próxima semana. “Na semana que vem já teríamos 25 deputados a menos, que estarão no Parlasul (o parlamento do Mercosul)”, lembrou.

Na madrugada de sexta, Maia explicou que a votação desta quinta começou tarde e isso atrasou a votação, já que vários destaques apresentados pela oposição poderiam alterar significativamente o texto principal, e a construção do acordo para derrubar esses destaques demorou. Ele também disse que encerrou a votação no início da madrugada porque o quórum já estava baixo e havia risco de derrota em outras propostas que alteravam a reforma.

“Se tivesse organizado e começado às 14h, a gente tinha votado o primeiro turno. Hoje, a gente termina os destaques, encaminha para a comissão especial e vê se consegue a mobilização para votar o segundo turno no sábado, mas é arriscado. Semana que vem também pode ser uma opção”, disse o presidente.