PDT recua e já não fala mais em expulsão de Tabata e dissidentes

Partido considera abrir processo disciplinar para "dar exemplo"

Foto: Will Shutter / Câmara dos Deputados

Apesar de terem anunciado a intenção de expulsar quem votou a favor da reforma da Previdência, líderes do PDT já discutem penas alternativas contra a deputada Tabata Amaral (SP) e os outros sete deputados que apoiaram as mudanças nas regras da aposentadoria. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, admitiu o recuo a aliados em conversas informais feitas após a votação e na manhã desta quinta-feira.

Dirigentes trabalhistas dizem, contudo, que é necessária a abertura de um processo disciplinar “para dar exemplo”, embora a expulsão não seja interesse da legenda. Um grupo ligado a Lupi quer uma advertência pública aos parlamentares infieis. Na Câmara, os deputados que votaram contra a reforma pedem que os infieis percam “espaço político” na Casa e na legenda.

O principal alvo da bancada é a deputada Tabata Amaral. Os parlamentares querem ela fora da vice-liderança da legenda e das comissões, como Educação. O presidente do PDT afirmou nesta quinta-feira que o partido também vai reavaliar a possibilidade de lançar Tabata à prefeitura de São Paulo no ano que vem. Quarta mais votada nas últimas eleições, a deputada era uma das principais apostas do partido para 2020. “Claro que o partido em São Paulo vai reavaliar tudo isso”, afirmou Lupi na manhã desta quinta, no Rio.

Para dirigentes pedetistas ouvidos pela reportagem, a posição pública de Tabata antes da votação – que chegou a fazer vídeo nas redes sociais explicando o voto – incentivou outros dissidentes.

Além de Tabata, outros sete pedetistas votaram a favor do texto-base da reforma: Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG).

Os dirigentes reconhecem que a expulsão não garante o mandato ao partido, impactando na representação da legenda na Câmara e a participação no fundo partidário. A avaliação é que há entendimento no Tribunal Superior Eleitoral garantindo ao parlamentar o mandato em caso de expulsão da agremiação.