Marchezan reitera que considera Partido Progressista parte da oposição

Prefeito disse ser evidente que "alguém teve interesse" em romper com o governo a fim de montar uma candidatura própria para 2020

Foto: Ricardo Giusti/CP

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior (PSDB), disse hoje, ao participar do Esfera Pública, no Estúdio Cristal da Rádio Guaíba, que o rompimento com a sigla do vice-prefeito Gustavo Paim ocorreu porque o Partido Progressista se tornou parte da oposição.

Questionado sobre se há uma crise interna no governo após a ruptura com os progressistas, o prefeito brincou, dizendo que crise existia quando a Prefeitura não tinha dinheiro nem conseguia sair do “vermelho”. E citou três projetos que envolvem aval externo a empréstimos, o que sinaliza que o crédito do Executivo, “depois de 20 anos”, se encaminha para o “azul” a partir do primeiro ano da próxima gestão.

Indagado novamente sobre a ruptura e um possível desgaste na relação entre as siglas, Marchezan afirmou que este assunto interessa pouco à comunidade porto-alegrense e afirmou ser uma briga “chata e burocrática”. O prefeito ainda citou que o PP se beneficiou com a coligação “para eleger mais vereadores”. Marchezan falou também em desconforto entre as demais bancadas da base em relação à postura do PP. De acordo com o prefeito, após tudo que a sigla disse sobre a atual gestão, continuar no governo é uma “vergonha”.

O prefeito disse considerar o assunto superado e que, a partir de agora, busca reforçar a base na Câmara de Vereadores com as articulações do líder de governo, Mauro Pinheiro (Rede), e do vice-líder, Moisés Barboza (PSDB).

Sobre as eleições municipais do ano que vem e a relação com o Partido Progressista, Marchezan disse ser evidente que “alguém teve interesse” em romper com o governo a fim de montar uma candidatura própria para 2020.

Já sobre a possível candidatura à reeleição, Marchezan disse que a ideia “era” não concorrer. O prefeito reiterou que o trabalho é desgastante e que o ideal era a sigla apostar em outro nome para seguir fazendo as reformas que a cidade precisa.

Banco de Talentos

Marchezan defendeu o programa Banco de Talentos, que visa contratações técnicas para cargos de confiança, chamado de “nebuloso” e “sem critérios transparentes” em nota divulgada pelo PP. A iniciativa se tornou alvo de um pedido de informações pela bancada progressista junto à Prefeitura. “O Estado, inclusive, seguiu a ideia. Mais de 15 mil pessoas se inscreveram, 3.300 foram entrevistados, 1.622 contratados, entre servidores e não servidores. Nenhum secretário do governo nomeia ninguém que não passe pelo Banco de Talentos, do qual tenho maior orgulho”, enumerou o prefeito, enfatizando que Paim é quem vai responder ao partido as informações solicitados sobre o programa.

Casinhas para cães

Sobre a polêmica das casinhas de cães que o Município mandou retirar de calçadas no bairro Jardim do Salso, o prefeito disse que as considera irregulares por afetar o trânsito no passeio público. “Postes, hidrantes e estruturas da Área azul, por exemplo, são de interesse público. Nesse caso, interessa a um determinado grupo de pessoas. Do ponto de vista animal, o ambiente não é adequado pelos restos de comida e de fezes no local”, acrescentou Marchezan, que chamou de “inocentes úteis” quem defende causas sem saber a profundidade do caso.

“Não é o animal que está em voga aqui. É a casinha que serve de debate político para a esposa do ex-prefeito [se refere a Regina Becker Fortunati] porque tem eleição ano que vem. Ela que faz vida e promove carreata. Não castra um animal no Estado e vem aqui se meter na casinha. Não estou nem aí para a casinha, me preocupo com os animais”. O prefeito citou o programa municipal Adote, que alberga e trata animais e o edital de ampliação do hospital veterinário como alternativa.

*Com informações do Correio do Povo