Amigos e admiradores se despedem de Paulo Henrique Amorim

Velório começou na manhã de hoje na Associação Brasileira de Imprensa

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O jornalista Paulo Henrique Amorim teve o corpo velado entre a manhã e a tarde de hoje na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no centro do Rio de Janeiro. Familiares, amigos e admiradores prestaram homenagens ao profissional, vinculado desde 2003 à TV Record. Amorim morreu ontem, aos 77 anos, vítima de um infarto. O sepultamento ocorreu, no fim da tarde, no Cemitério da Penitência, na zona portuária do Rio.

Irmã de Paulo Henrique Amorim, a professora universitária Marília Amorim lembra que o irmão mais velho tinha uma forma de cuidado sempre preocupada em contribuir com a formação profissional e intelectual dela. “Ele sempre me protegeu num sentido muito diferente. Era uma proteção que não me dava refresco. Era uma proteção para me colocar indo à luta”, recorda. Marília enfatizou que, pela coragem, Paulo Henrique é uma “perda imensa” para o jornalismo brasileiro. “Era uma pessoa muito dedicada ao jornalismo”, pontuou.

O presidente recém eleito da ABI, Paulo Jerônimo, contou que ofereceu a sede da associação à família pela importância que o jornalista teve ao longo da carreira. “Foi um brilhante jornalista, respeitado por toda a classe. Estamos orgulhosos de prestar essa homenagem”, disse Paulo Jerônimo, que também chegou a conviver com Amorim. “Ele era um cara muito engraçado, com tiradas impressionantes”.

O cineasta Luiz Carlos Barreto contou que ainda no início da vida profissional, como repórter da Revista Cruzeiro, tornou-se amigo de Amorim, o que durou até a morte. Barretão, como também é conhecido, elogiou a firmeza das convicções do jornalista na defesa da democracia. “Às vezes, nessa sua fé no jornalismo livre e independente, cometia alguns excessos, mas isso faz parte da paixão. E ele era um apaixonado pela democracia verdadeira”, disse o cineasta. “Era, sobretudo, um espírito livre, e como tal, sempre muito polêmico”.

Versatilidade
Com uma atuação que passou do jornalismo impresso ao televisivo, chegando também à internet, o profissional também chamou atenção pela versatilidade. Paulo Henrique Amorim atuou como correspondente internacional em Nova York nas revistas Realidade e Veja. Na televisão, passou pela extinta Manchete, pela Globo, Bandeirantes, TV Cultura e Record, onde apresentou o programa Domingo Espetacular por 14 anos.

A atuação de Paulo Henrique Amorim no site Conversa Afiada reuniu milhares de seguidores. Entre esses internautas, a contadora e professora Fátima Leão, de 64 anos, que compareceu ao velório, mesmo sem ter conhecido o jornalista pessoalmente.

“Acompanhava ele no Twitter e no canal dele e a gente estava sempre interagindo nas lives. Era uma pessoa incrível que estava na luta contra esse estado de coisas desde os anos 60”, elogia ela, que de tanto interagir com o perfil dele no Twitter, passou a ser seguida pelo jornalista. “Ele me deu a honra de me seguir. Todos os dias eu entrava lá e via o que ele estava falando logo cedo”.