Incêndio no Mercado Público da Capital completa seis anos neste sábado

Associação do Comércio do Mercado Público Central inicia comemorações de 150 anos do prédio

Foto: Guilherme Testa / CP

No dia 6 de julho de 2013, um incêndio atingiu o segundo andar do Mercado Público de Porto Alegre. A tragédia em um dos cartões postais da Capital completa seis anos neste sábado. O local frequentado por porto-alegrenses e turistas ainda segue com reformas pendentes e sem prazo para serem realizadas.

Mesmo tendo muito a melhorar, a Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc) está organizando uma série de atividades para comemorar os 150 anos do prédio. As homenagens terão início neste sábado e seguirão até o aniversário em 3 de outubro. Um documentário está sendo produzido e deverá ser lançado junto com as demais atividades programadas para comemorar o aniversário.

Mesmo diante de todas as dificuldades que os mais de 100 permissionários do Mercado Público enfrentam, a presidente da Ascomepc, Adriana Kauer, afirma que há muito para se comemorar. “Nós temos que comemorar sim. Apesar de incêndios, inundação e possibilidade de destruição, nós sobrevivemos. Muita coisa ruim já aconteceu com o Mercado Público e nós sobrevivemos. Então, nós temos que comemorar sim”, ressalta.

Desde o incêndio até os dias atuais alguns avanços foram realizados através da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc). Conforme Adriana, a Associação fez diversas intervenções sem qualquer apoio do poder público. “Mandamos impermeabilizar toda a área que ficou exposta. Isso foi fundamental para que o segundo andar não fosse prejudicado com infiltrações. Depois disso, trocamos um transformador. Como o telhado da subestação foi queimado, um dos quatro transformadores existentes molhou e ficou comprometido. Mesmo com as lojas fechadas, sem nenhuma perspectiva de abertura, todos aceitaram ajudar o mercado”, afirma.

Com dinheiro oriundo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foi possível a reconstrução do telhado e instalações hidrossanitárias. Entretanto, apenas parte da verba foi efetivamente investida no prédio histórico. Segundo a Ascomepc, foram recebidos apenas R$ 9 milhões dos R$ 19 milhões previstos.

Ainda segundo a Associação, a reabertura do segundo andar do Mercado depende de instalação elétrica. A última etapa da revitalização ocorreu em abril quando o Corpo de Bombeiros liberou o alvará de incêndio provisório. “O que falta realmente para reabertura do segundo andar é colocar energia no segundo pavimento. Porque a energia que temos hoje ela está toda destinada para o primeiro pavimento. Essa parte é muito complexa e infelizmente não tem prazo para acontecer”, afirma Adriana Kauer.

Não há prazo para ingresso dos recursos

Conforme o coordenador da Memória Cultural da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, Luiz Merino, a verba está garantida através do PAC Cidades Históricas. Entretanto, não há como estimar prazo para que o Executivo receba os valores para continuidade das obras de reforma do Mercado Público.

“O IPHAN disponibilizou, em um primeiro momento, R$ 19,5 milhões para reformas do Mercado. Desse montante, R$ 9 milhões já foram utilizados em diversos tipos de obras. Estamos privilegiando a questão dos projetos elétricos e hidrossanitários de esgoto, além da pavimentação e acessibilidade. O caso é que esses orçamentos estão em análises técnicas e encontram-se em trâmites de atualização. Nossa expectativa é que, em alguns meses, consigamos liberar esses recursos para começar as obras”, afirma.