PP marca reunião sobre possível desembarque do governo Marchezan

Partido questiona falta de participação na administração tucana

Marchezan Jr. e vice Gustavo Paim. Foto: Joel Vargas/PMPA

Na próxima semana, o PP de Porto Alegre se reúne para discutir o desembarque ou a permanência no governo de Nelson Marchezan Junior (PSDB). Considerado essencial para viabilizar a candidatura tucana, o PP já lançou o vice-prefeito Gustavo Paim como pré-candidato ao Paço Municipal em 2020.

O racha deflagrado entre as legendas do prefeito e do vice ganhou novo episódio hoje. Em nota, o PP reitera que vem buscando diálogo com o prefeito, porém sem sucesso. “O Sr. Prefeito, que se elegeu com o decisivo apoio do PP, optou por isolar-se e governar sozinho, afastado da sua coligação e da própria sociedade”, cita o comunicado.

Além disso, o partido marcou para o dia 9 a reunião para definir se fica ou deixa a base governista. “Nesse contexto, estamos convocando o Diretório Municipal do Partido Progressista para, em reunião extraordinária no dia 09.07, avaliar os termos da relação do PP com o Sr. Prefeito e adotar as medidas que, como partido, entendermos cabíveis para preservar o compromisso que assumimos com a sociedade Porto-Alegrense, que nos elegeu como coalizão e programa”, pontua a legenda.

A bancada progressista justifica, ainda, que os votos contrários ao aumento do IPTU na Câmara Municipal ocorreram porque a promessa de campanha era não aumentar impostos em Porto Alegre. Dos quatro vereadores, apenas João Carlos Nedel (PP) vem votando com o governo. Como retaliação, baixas foram computadas em nomes indicados pela legenda.

“Na imprensa, tentou o Paço atribuir as dispensas ao desempenho dos profissionais, o que contraria o dito pelo Sr. Prefeito aos suplentes do partido, e nunca foi demonstrado pelo nebuloso ‘Banco de Talentos’ que age sem critérios transparentes”, descreve a nota.

De 15 a 20 demissões foram publicadas no Diário Oficial de Porto Alegre, na última sexta-feira. No fim de semana, alas do PP classificaram como “insustentável” a relação com a Prefeitura de Porto Alegre, defendendo o desembarque da gestão tucana.

Ao rebater as críticas, o PSDB municipal assegurou que o prefeito marcou reuniões para aparar as arestas entre as partes que, por motivos distintos, não saíram do papel. Em nota, o presidente do PSDB na Capital, vereador Moisés Barboza, também sustentou que o descontentamento dos progressistas está atrelado à falta de fidelidade com o próprio governo.

Confira nota na íntegra

Esclarecimento à sociedade Porto-Alegrense

Tendo em vista as recentes manifestações, através da imprensa, do líder do governo na Câmara Municipal (Vereador Mauro Pinheiro), do Presidente Municipal do PSDB (Vereador Moises Barbosa), e do Assessor de Imprensa da Prefeitura (Orestes Andrade Junior), que no silêncio do Sr. Prefeito, entendemos que falam em seu nome, temos a dizer o seguinte:

1. Desde o ano passado buscamos ser ouvidos pelo Sr. Prefeito para contribuir com a Administração, que enfrenta graves problemas sentidos pela população no dia-a-dia. Tentamos apresentar ao Sr. Prefeito nossas convicções sobre melhorias que precisam ocorrer na Prefeitura, em especial no tocante a Reforma Administrativa e aos serviços ao cidadão. Não fomos ouvidos, o que lamentavelmente virou praxe. O Sr. Prefeito, que se elegeu com o decisivo apoio do PP, optou por isolar-se e governar sozinho, afastado da sua coligação e da própria sociedade;
2. Assumimos, em campanha, compromisso de não aumentar impostos. Quando a maioria da nossa bancada votou contra o aumento do IPTU proposto pelo Sr. Prefeito, fomos retaliados por ele, sem sermos ouvidos. A retaliação política foi comunicada aos suplentes do PP em reunião convocada à revelia do Partido. Posteriormente, na imprensa, tentou o o Paço atribuir as dispensas ao desempenho dos profissionais, o que contraria o dito pelo Sr. Prefeito aos suplentes do partido, e nunca foi demonstrado pelo nebuloso “Banco de Talentos” que age sem critérios transparentes.
3. Nesse contexto, estamos convocando o Diretório Municipal do Partido Progressista para, em reunião extraordinária no dia 09.07, avaliar os termos da relação do PP com o Sr. Prefeito e adotar as medidas que, como partido, entendermos cabíveis para preservar o compromisso que assumimos com a sociedade Porto-Alegrense, que nos elegeu como coalizão e programa.

Porto Alegre, 1º de Julho de 2019

Comissão Executiva do Partido Progressista de Porto Alegre