O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, disse, na manhã desta quarta-feira, que o sargento da Aeronáutica preso nessa terça, por transportar drogas na bagagem não tinha previsão de embarcar no voo do presidente Jair Bolsonaro ao Japão. Ele admitiu, porém, que essa tripulação, que vai depois, costuma embarcar de volta no avião presidencial. O chefe do Executivo viajou ao país asiático para participar da cúpula do G-20.
O episódio, que criou desconforto ao Palácio do Planalto, levou o governo brasileiro a mudar a escala do presidente de Sevilha para Lisboa. Ao falar com a imprensa, Mourão voltou a afirmar que a corporação não está imune a situações como essa. “Essa questão do tráfico de drogas atinge a sociedade como um todo, e as forças armadas não são um agrupamento que veio de Marte”, disse o presidente em exercício.
A prisão do sargento ocorreu na escala na Espanha, durante o percurso para o Japão. O sargento preso embarcou em Brasília, em um avião-reserva da Presidência. O Embraer 190, do Grupo de Transportes Especiais, da Força Aérea, levou três tripulações de militares para a missão presidencial. O militar preso não trabalha na Presidência da República, mas na FAB, e no avião exerce a função de comissário de bordo.
Ele afirmou ainda que, “pela quantidade de droga” levada pelo sargento, “ele não comprou na esquina e levou”. Para Mourão, o militar era uma “mula qualificada”, comentou o presidente em exercício. O termo é usado para quem transporta drogas de um local para outro dentro de uma organização criminosa.