Prestes a assumir o posto de julgador de processos decorrentes da operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), o presidente da Corte, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, assegurou, nesta terça-feira, que vai atuar “com naturalidade” diante de casos que chegarem à 8ª Turma. “Desde que a Lava Jato passou a chegar ao Tribunal, é um processo como os outros. Não há processos mais ou menos importantes”, afirmou.
No horizonte, um dos processos a serem julgados envolve a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do sítio de Atibaia (SP). Em primeira instância, Lula recebeu pena de 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em fevereiro. Com possibilidade de o recurso ser examinado ainda em 2019, Thompson Flores negou estar à frente do maior desafio da carreira.
“Não absolutamente. Eu tive vários desafios e tenho certeza, que inclusive, os nossos juízes não consideram isso o maior desafio, é um processo como outro qualquer. Digamos assim, que causa trabalho, empenho, demanda estudo, uns processos são mais complexos que outros, mas são processos, faz parte da rotina de um juiz”, ressaltou.
As declarações foram dadas, na tarde de hoje, em meio à sessão solene que homenageou Thompson Flores com o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, na Câmara Municipal. Durante cerimônia, o desembargador salientou que, ao juiz, não cabe apenas o conhecimento das regras, mas o “amor pela função”, o que lhe permite decidir causas com o restabelecimento do equilíbrio social rompido.
Thompson Flores também reafirmou a importância da independência da magistratura e agradeceu a distinção idealizada pela vereadora Mônica Leal (PP), presidente da Câmara.
Nesta quinta-feira, o desembargador do TRF4, Victor Luiz dos Santos Laus, toma posse como presidente da Corte. Com a mudança de composição, Thompson Flores assume a vaga de Laus, na 8ª Turma. As trocas vão impactar diretamente nos julgamentos da Lava Jato, em segunda instância. Também fazem parte do colegiado os desembargadores João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen.
Em 2018, Thompson Flores deu a palavra final sobre a prisão de Lula no processo do triplex, em julho, após mais de nove horas de impasse em torno de um habeas corpus em favor do petista.