Governo recua e deve propor projeto de lei para extinguir conselhos com participação popular

Mais cedo, nove dos 11 ministros do Supremo votaram no sentido de que decreto presidencial não pode extinguir colegiados cuja existência conste em lei

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Após os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formarem maioria para limitar o alcance do decreto presidencial que extinguiu os conselhos federais, o Palácio do Planalto informou, na noite dessa quarta-feira, que o governo deve enviar um projeto de lei para garantir o fim dos órgãos colegiados, inclusive os que previstos na legislação federal.

Em sessão que terminou no fim da tarde, nove dos 11 ministros do Supremo votaram no sentido de que o decreto presidencial não pode extinguir colegiados cuja existência conste em lei. O julgamento deve ser retomado nesta quarta.

O plenário segue dividido, contudo, sobre se o decreto deve ser integralmente suspenso via liminar ou se a medida cautelar deve suspender apenas para a parte da norma que trata dos colegiados mencionados pela legislação.

Até o momento, cinco ministros votaram pela suspensão integral, enquanto quatro votaram pela suspensão apenas parcial, permitindo, por exemplo, que o governo elimine conselhos criados via decreto, em gestões anteriores.

“Aquilo que foi julgado, há pouco, pelo Supremo Tribunal Federal é perfeitamente compreendido e, por considerar que o fato em si precisa ser reforçado, o senhor presidente há de retornar com um instrumento legal, provavelmente um projeto de lei, para apresentar essa modificação, partindo dessa feita, para o Congresso Nacional”, disse o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros.

O pedido de liminar para suspender o decreto partiu do PT, que moveu uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI). Para o partido, além de ser uma medida que atenta contra o princípio democrático da participação popular, a extinção dos conselhos federais somente pode se dar por meio de lei aprovada no Congresso.

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