Glenn Greenwald: Intercept coletou material “mais explosivo e pesado” que o já divulgado

Conforme um dos fundadores do site, não há data para que o conteúdo seja divulgado

Imagem: Reprodução/Flickr

Um dos fundadores do The Intecept Brasil, o jornalista, advogado constitucionalista e escritor Glenn Greenwald disse, hoje, em entrevista à Rádio Guaíba, que o site recebeu materiais “mais explosivos e muito mais pesados” que os já divulgados sobre os processos decorrentes da Operação Lava-Jato.

Quanto aos questionamentos sobre a origem das informações, que vêm gerando repercussão na mídia e entre juristas, advogados e políticos, desde o fim de semana, Glenn reiterou que não vai revelar a forma como a fonte obteve o conteúdo.

“Eu estou vendo muitas especulações na mídia sobre como nossa fonte conseguiu obter essas informações, mas é minha obrigação proteger minha fonte como jornalista e não vou discutir nada sobre essa fonte, inclusive sobre como ela descobriu essa informações”.

Sobre a possibilidade de que o The Intercept faça uma parceria com jornais de grande circulação para veicular essas novas informações, o fundador do site disse que o ideal pode ser dividir os arquivos e conteúdos, em função do tamanho. Mas salienta que essa decisão, se for tomada, não se deve à “incredibilidade que algumas pessoas e veículos” tentaram impor sobre o site.

Conforme Glenn, não há uma previsão de data para que sejam publicadas novas informações. Mas esclareceu: “não estamos esperando por nenhum motivo, vamos publicar na hora que o material estiver pronto para publicar”. De acordo com ele, materiais complexos exigem checagem, o que “leva tempo”.

Na noite de ontem, o The Intercept publicou, na íntegra, os diálogos que embasaram a reportagem publicada no domingo passado. De acordo com o site, as conversas, entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, sugerindo a suposta influência política do hoje ministro da Justiça e da Segurança Pública sobre o trabalho de apuração do Ministério Público Federal, inclusive em processos que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorreram de outubro de 2015 a setembro de 2017.

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