Mensagens enviadas a partir do celular de um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) no grupo de Telegram do colegiado chamaram a atenção dos procuradores para a invasão de hacker no chat, usado para agendamento de datas de julgamentos ou troca de opiniões.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, um dos torpedos dizia que o caso revelado no domingo pelo site The Intercept Brasil envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol era apenas “uma amostra do que vocês vão ver na semana que vem”.
As mensagens foram disparadas do celular do conselheiro Marcelo Weitzel Rabello de Souza, por volta das 23h dessa terça-feira. Os colegas estranharam o tom dos torpedos e começaram a questionar o conselheiro no grupo. Na sequência, receberam outro torpedo dizendo: “Aqui é o hacker”.
Os conselheiros então ligaram para Souza, que argumentou não estar usando o aparelho para o envio de mensagens e negou ter feito uma “brincadeira”. Segundo fontes, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também pode ser uma das participantes do grupo de Telegram do CNMP.
Ainda conforme a reportagem do Estadão, Dodge, que preside o colegiado, que usa o chat de forma institucional, ainda não retornou para comentar. Na segunda-feira, o corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, instaurou reclamação disciplinar para apurar as trocas de mensagens envolvendo o procurador Deltan Dallagnol.
No domingo, o The Intercept Brasil divulgou conteúdo de supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal Sergio Moro e por integrantes do Ministério Público Federal, como o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. As conversas sugerem que Moro pode ter orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu o material de fonte anônima.
