O ministro Sergio Moro vai ser ouvido pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado na semana que vem. O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) anunciou a audiência ao abrir a sessão do Congresso Nacional, nesta terça-feira. O ministro vai ser recebido pela comissão na quarta-feira, às 9h.
Sem convite ou convocação formal dos senadores, o próprio ministro se colocou à disposição dos parlamentares por meio de ofício apresentado pelo líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), após o vazamento de supostas mensagens trocadas entre ele o procurador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. No documento, o líder afirmou que o ministro ofereceu duas datas (19 ou 26 de junho) para ser ouvido pela comissão.
Em meio as discussões no Congresso sobre as mensagens, o ministro já esteve no Senado para almoçar com parlamentares do bloco formado pelo DEM, PL e PSC. Segundo o líder do bloco, senador Wellington Fagundes (PL-MT), a reunião já havia sido marcada e não houve questionamento sobre os vazamentos publicados pelo site The Intercept Brasil, no fim de semana.
Oposição
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), criticou o comparecimento de Moro no Senado sem convite, nem convocação. O deputado pediu a Alcolumbre para negociar com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a participação do ministro em audiência também na CCJ da Câmara, e não apenas na do Senado.
Apesar do pedido, Alcolumbre afirmou que o regimento do Senado permite que ministros de Estado sejam ouvidos em situações de relevância nacional. A data da audiência teve o aval da presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS).