O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira que não vê “nada de mais” nas conversas atribuídas ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quando ainda era juiz federal, e a membros da força-tarefa da Operação Lava Jato, divulgadas nesse domingo pelo site de notícias The Intercept Brasil. Para o Mourão, os processos da Lava Jato não devem ser questionados, pois “todos eles passaram por primeira, segunda e outros já chegaram na terceira instância”, disse.
De acordo com Mourão, as conversas foram divulgadas fora do contexto original. “Conversa privada é conversa privada e descontextualizada ela traz qualquer número de ilações. O ministro Moro é um cara da mais ilibada confiança do presidente (Jair Bolsonaro) e é uma pessoa que, dentro do país, tem o respeito de enorme parte da população, visto as pesquisas de opinião que dão a popularidade dele”, disse.
Intercept
Segundo a equipe do Intercept, as mensagens trocadas por meio de um aplicativo de conversas por celular foram entregues por uma fonte que pediu sigilo e apontaram para uma “colaboração proibida” entre o então juiz federal responsável por julgar a Lava Jato, em Curitiba, e os procuradores, a quem cabe acusar os suspeitos de integrar o esquema de corrupção.
Em texto que acompanha a publicação das três reportagens divulgadas nesse domingo, o Intercept Brasil sustenta que o teor das mensagens sugerem “comportamentos antiéticos e transgressões que o Brasil e o mundo têm o direito de conhecer.” Segundo o site, são “discussões internas e atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato.”