Dallagnol rebate politização da Lava Jato, reitera culpa de Lula e fala em “crime gravíssimo”

Em vídeo, coordenador da força-tarefa da Lava Jato lembrou que 54 pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo ex-juiz federal Sergio Moro

Foto: Foto: Conselho Nacional do Ministério Público / Divulgação

Em um vídeo divulgado por meio de redes sociais, no fim da tarde desta segunda-feira, o coordenador da força tarefa da Lava Jato no Ministério Publico Federal, procurador Deltan Dallagnol, classificou como “teoria da conspiração” sem “base nenhuma” a ideia de que a operação é partidária e reafirmou serem “robustas” as provas do caso do tríplex, que levou à condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dallagnol falou em resposta à divulgação, nesse domingo, pelo site Intercept Brasil, de supostas mensagens entre integrantes da força-tarefa e o então juiz da Lava Jato na capital paranaense, Sergio Moro, hoje ministro da Justiça.

Ao rebater a acusação de que a Lava Jato é partidária, o coordenador da força-tarefa argumentou que o Ministério Público acusou políticos de vários partidos e que a equipe que trabalha no caso se definiu antes de aparecer o primeiro nome de político na investigação. “A imparcialidade na Lava Jato é confirmada por muitos fatos. Centenas de pedidos feitos pelo Ministério Público foram negados pela Justiça, 54 pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo ex-juiz federal Sergio Moro, nós recorremos centenas de vezes contra decisões judiciais”, enumerou.

O procurador também disse que “é muito natural, é normal, que procuradores e advogados conversem com o juiz mesmo sem a presença da outra parte”. “O que se deve verificar é se nessas conversas existiu conluio ou quebra de imparcialidade”, ponderou.

Entre as supostas mensagens divulgadas pelo site Intercept Brasil há trechos que sugerem que Dallagnol tinha “receio” em relação a alguns pontos da denúncia contra Lula. No vídeo desta segunda, o procurador defendeu as provas apresentadas e disse que, antes de apresentar a acusação, o Ministério Público debate e revisa trechos para evitar fazer uma denúncia frágil. “As provas do caso tríplex embasaram a acusação porque elas eram robustas e tanto eram robustas que nove julgadores em três instâncias diferentes concordaram com a robustez das provas e condenaram o ex-presidente Lula”, disse.

Dallagnol afirmou que a Lava Jato foi alvo de um “ataque gravíssimo por parte de um criminoso, que invadiu telefones celulares e sequestrou contas de aplicativos de trocas de mensagens”, fazendo-se passar como jornalista e procurador.

“Nosso receio é que a atividade criminosa dele avance agora para falsear e deturpar fatos nesse imenso ataque contra a operação Lava Jato”, completou.

*Com informações da agência Reuters