Operação do MP prende vereador e assessor de gabinete em Santa Cruz do Sul

Cumprimento de mandado ocorreu dois dias depois de o parlamentar ser afastado do Partido dos Trabalhadores

Foto: Jacson Miguel Stülp / Câmara de Santa Cruz / Divulgação

O vereador de Santa Cruz do Sul Paulo Lersch (PT) e o assessor dele, Carlos Henrique Gomes da Silva, foram presos preventivamente, no fim da tarde desta quarta-feira, durante a Operação Feudalismo, desencadeada pelo Ministério Público (MP). O político e o servidor foram levados para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Eles também foram afastados temporariamente dos cargos na Câmara.

O Ministério Público denunciou o vereador, a mãe dele, Nersi Ana Backes, e o assessor parlamentar. Eles foram alvos de inquéritos civis que investigaram “esquemas criminosos e ímprobos similares, geradores de enriquecimento ilícito de agentes públicos, mediante a exigência de parcelas das remunerações de servidores públicos por eles indicados e nomeados em cargos em comissão nos poderes Legislativo e Executivo de Santa Cruz do Sul”. As investigações começaram em 2016.

Áudios obtidos por interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, apontaram que Lersch passou a exigir, direta ou indiretamente, vantagens indevidas, por meio de parte dos salários de dois assessores e de servidores em cargos em comissão (CC). Durante a tarde, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, cumpriu um mandado de busca e apreensão no gabinete de Lersch e na casa dele, no Centro da cidade.

A Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul foi notificada sobre o afastamento temporário de Lersch e do assessor do político. O suplente Alberto Heck (PT) vai assumir o cargo na segunda-feira. “Esperamos que todos os fatos sejam apurados”, disse a presidente da Câmara, Bruna Molz (PTB).

O cumprimento do mandado ocorreu dois dias depois de o vereador ser afastado do Partido dos Trabalhadores (PT). A decisão, do diretório estadual, ocorreu em reunião realizada no último sábado. Lersch é alvo de um procedimento disciplinar na Comissão de Ética do partido. O afastamento do vereador do partido vale por 60 dias ou até que o procedimento interno seja concluído. Isso, porém, não gera implicações sobre o mandato.