Cpers monta acampamento na Praça da Matriz

Professores devem permanecer no local até sexta, prazo final para a entrega de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Foto: Caco Argemi / Cpers Sindicato

Centenas de professores filiados ao Cpers/Sindicato fizeram, hoje, um ato que culminou com a instalação de um acampamento na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre.

Na quinta passada, o governo estadual confirmou o 42º mês de atraso salarial para os servidores do Poder Executivo. Por decisão da assembleia-geral mais recente do Cpers, os educadores devem cruzar os braços no primeiro dia útil de cada mês em que a situação se repetir.

O sindicato ressalta, ainda, que a categoria segue com o contracheque congelado, há quatro anos e meio, sem reposição da inflação e com o segundo pior salário básico do País.

No início da tarde, a caminhada percorreu ruas do centro, até a sede do governo. No local, o secretário-adjunto da Casa Civil, Bruno Pinto de Freitas, recebeu um ofício exigindo o reinício das tratativas sobre a pauta de reivindicações do magistério.

O documento também denunciou casos de demissão de professores contratados (sem estabilidade) que pediram licença-saúde. Freitas se comprometeu a responder, durante a semana, sobre o pedido de audiência, e disse desconhecer a política de dispensa de contratados, considerada “desumana” pelo sindicato. “Queremos a revogação de todos os atos de demissão. Nós não somos coisas descartáveis, somos pessoas”, reclamou a presidente do Cpers, Helenir Schurer, ao deixar o encontro.

Em seguida, os manifestantes instalaram o acampamento. “Às vezes a gente vem aqui e eles esquecem do que combinamos. Então vamos acampar na praça para lembrar o governo todos os dias que ele precisa responder”, explicou Helenir. O acampamento deve permanecer no local até sexta (7), prazo final para a entrega de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Enviada pelo governador Eduardo Leite à Assembleia Legislativa, a LDO pode deixar a categoria sem qualquer reajuste pelo sexto ano seguido. O Cpers deve pressionar os deputados para que garantam a aprovação de uma emenda “por justiça salarial”.

Em fim de abril, Leite recebeu a direção do Cpers, em um encontro que não surtiu efeito prático. Os servidores apresentaram um pedido de reposição salarial, de 28,78%, mas o governador reiterou que a prioridade é pagar os salários em dia, dentro do período de um ano (como prometido durante a campanha eleitoral).