A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May — que anunciou sua renúncia ao cargo nesta sexta-feira (24) — chorou ao dizer que “sempre lamentará profundamente” não ter sido capaz de executar a saída do país da União Europeia.
Ela pediu ao seu sucessor à frente do Partido Conservador e do governo para tentar encontrar um consenso no Parlamento para deixar o bloco.
“Lutei para que o Reino Unido servisse não apenas aos poucos privilegiados, mas ao mundo inteiro e cumprisse o resultado do referendo”, afirmou May.
“Em breve deixarei o trabalho que para mim foi a honra da minha vida servir. Segunda primeira-ministra? Certamente, mas não a última. Digo sem animosidade, mas com uma enorme gratidão por ter tido a oportunidade de servir ao país que amo”, completou.
A premiê tem sua saída programada para o dia 7 de junho — o que significa que ela estará à frente do Executivo quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizar sua visita de Estado ao Reino Unido, entre os dias 3 e 5 de junho.
Reações à saída
Boris Johnson, favorito absoluto à posição de sucessor de May, reforçou os elogios à “dignidade” da primeira-ministra. “Um comunicado dignificado. Obrigado por seu serviço estoico ao nosso país e ao Partido Conservador. Agora é hora de seguir seus pedidos: se unir e entregar o Brexit”, escreveu.
O Secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jeremy Hunt — também cotado para assumir o cargo de May —, publicou no Twitter que gostaria de fazer um “tributo” à primeira-ministra.
“A entrega do Brexit sempre seria uma tarefa enorme, mas ela encarou todos os dias com coragem e determinação. O NHS (sistema de saúde pública do Reino Unido) terá um adicional de 20 bilhões de libras graças ao seu apoio, e ela deixa o país mais seguro. Uma verdadeira servidora pública.”
Andrea Larson, outra possível sucessora ao cargo, completou que o anúncio da premiê é uma “ilustração de seu total comprometimento com o país e seu dever”.
“Ela deu o seu máximo e eu desejo a ela tudo de melhor”, destacou.