Avaliação negativa de Bolsonaro ultrapassa a positiva pela 1ª vez, mostra pesquisa

Levantamento foi encomendado pela corretora de valores XP Investimentos

Foto: Marcos Corrêa / Palácio do Planalto / CP

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira mostra que 36% dos brasileiros avaliam como ruim ou péssimo o governo de Jair Bolsonaro. Esta é a primeira vez que os indicadores negativos ultrapassam os positivos. De acordo com o levantamento, 34% dos entrevistados acham que a administração é boa ou ótima. A diferença está dentro da margem de erro, que é de 3,2 pontos. Já os que consideram o governo regular totalizam 26% dos ouvidos.

Os dados são do sexto relatório da XP Investimentos, em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas. O levantamento foi realizado entre os dias 20 e 21 de maio, por telefone, e teve cobertura nacional.

As expectativas sobre o futuro do governo Bolsonaro são positivas, mas apresentam tendência de queda. Das mil pessoas ouvidas, 47% acreditam que o restante do mandato será ótimo ou bom. Logo após a posse, em janeiro, o número era de 63%. As expectativas negativas, que eram de 15% na primeira quinzena do governo, hoje são de 31%.

Relação com o Congresso

A tumultuada relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso também foi analisada pela pesquisa XP/Ipespe. Quatro de cada dez pessoas reconhecem que a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, é ruim ou péssima. Para a maioria dos entrevistados, a relação entre os dois é de muita importância para o país. Quase a metade das pessoas ouvidas ainda falou que Bolsonaro deveria flexibilizar suas posições para aprovar sua agenda, ainda que isso significasse o afastamento do discurso inicial. Sete entre dez entrevistados disseram ainda preferir o presidencialismo ao parlamentarismo.

Manifestações de 15 de maio

A pesquisa ainda questionou sobre as manifestações do último dia 15, contrárias aos cortes na área da educação. Para 57%, os atos tiveram importância; enquanto, para 38%, não. Quando perguntados sobre a chance dos protestos se repetirem, 86% dos entrevistados afirmaram que acreditam na possibilidade.