Presidente do TRF4, que manteve Lula preso em 2018, vai julgar petista em processo sobre sítio

Thompson Flores sucede Victor Laus na 8ª Turma, responsável pela Lava Jato em 2ª instância

Presidente do TRF4, Carlos Thompson Flores. Foto: Divulgação/TRF4

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) homologou, nesta quinta-feira, mudanças na composição de três turmas da Corte em função da posse da nova administração. As trocas vão impactar em julgamentos da Operação Lava Jato, em segunda instância. O atual presidente do TRF4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, passa a integrar a 8ª Turma, especializada em matéria criminal. Ele assume a vaga do desembargador Victor Laus, que deixa o colegiado para presidir o Tribunal a partir de 27 de junho.

Thompson Flores se torna, com isso, um dos três desembargadores que vai julgar o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) referente à condenação no processo do sítio de Atibaia (SP). Em primeira instância, a juíza federal substituta Gabriela Hardt sentenciou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em fevereiro.

O processo do sítio chegou à 8ª Turma em 15 de maio. A expectativa é de que apelação seja examinada em maio de 2020. Também fazem parte do colegiado os desembargadores João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen.

No ano passado, Thompson Flores deu a palavra final sobre a prisão de Lula no processo do triplex, em julho, após mais de nove horas de impasse em torno de um habeas corpus em favor do petista. Procurado pela reportagem, o desembargador disse hoje que não vai comentar a comentar a mudança de função na Corte.

No despacho de julho, Thompson Flores afirmou que os argumentos usados no pedido de habeas eram os mesmos já submetidos e analisados pela 8ª Turma do TRF, inclusive o fato de Lula ser, à época, pré-candidato à Presidência da República. “Rigorosamente, a notícia da pré-candidatura eleitoral é fato público/notório do qual já se tinha notícia”, reafirmou, à época.