MP 870: PSL cobra votação nominal de emendas e Centrão pede obstrução

Legenda do presidente busca expor votos de parlamentares sobre itens polêmicos, como o destino do Coaf

Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

A discussão da medida provisória da reestruturação administrativa (MP 870) começou tumultuada, na tarde desta quarta-feira, na Câmara. Descumprindo o acordo feito pelos líderes do governo com o chamado Centrão – bloco de partidos liderados pelo PP, PR, DEM, PRB e Solidariedade -, a bancada do PSL pediu votação nominal de todos os destaques do texto.

Ontem, líderes acertaram restringir o número de destaques a quatro, entre eles o que tira o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e o devolve para a Economia.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, parlamentares do PSL articularam o movimento sem comunicar ao líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que admitiu, em plenário, ao líder do PP, Arthur Lira (AL), que não sabia quem era o autor do requerimento.

Os partidos de oposição e de Centrão entraram em obstrução contra o pedido de votação nominal em todas as decisões. Lira liderou a obstrução dizendo que o Planalto precisa “tomar juízo”. E criticou o pedido de voto nominal, que é uma manobra de minorias para impedir a votação.

Legenda do presidente Jair Bolsonaro, o PSL busca expor os votos dos parlamentares sobre pontos polêmicos da MP, como o destino do Coaf. Devido à obstrução, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão e convocou uma nova, em seguida. A oposição, então, pediu a leitura da ata e novo painel, o que voltou a atrasar as discussões.

A MP 870 precisa ser aprovada, na Câmara e no Senado, até 3 de junho, para não perder a validade.