Bolsonaro: governo estuda projeto que pode gerar mais economia que reforma da Previdência

Presidente não quis adiantar conteúdo. Receita fala em "reavaliação patrimonial de bens declarados", mas evita prever valores

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, hoje, durante café da manhã com a bancada de deputados federais do Nordeste, no Palácio do Planalto, que o governo estuda um projeto que pode gerar melhor resultado fiscal do que a economia estimada com a reforma da Previdência, que é de cerca de R$ 1,16 trilhão em 10 anos.

“Não quero adiantar aqui, brevemente estará sendo apresentado aos senhores antes, em especial aos presidente da Câmara e líderes, um projeto que, com todo respeito ao Paulo Guedes, a previsão de nós termos dinheiro em caixa é maior do que a reforma da Previdência em 10 anos. E ninguém vai reclamar desse projeto, com toda certeza será aprovado com unanimidade nas duas Casas”, disse Bolsonaro.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) informou não ter detalhes sobre a proposta, que “será divulgada oportunamente”.

À tarde, após reunir-se com Bolsonaro no Palácio do Planalto, o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, conversou com jornalistas sobre a proposta mencionada pelo presidente e disse que ainda vai analisar detalhadamente o texto para verificar, inclusive, a viabilidade dele.

Segundo Cintra, trata-se de um medida de “reavaliação patrimonial de bens declarados por pessoas físicas e jurídicas”. Ele não soube explicar como o governo pretende aumentar receitas, mas negou que haja intenção de aumento de imposto.

“A temática é essa, reavaliação de patrimônio, que normalmente são declarados pelos valores históricos e que poderiam, eventualmente, ser declarados para valores de mercado e, logicamente, isso vai implicar uma agilização de mercado, facilitação de negócio e alguma arrecadação extra por aqueles que optem ou que vierem a optar por um regime diferenciado. Mas não tenho os detalhes, não recebi o projeto ainda, é apenas uma solicitação do presidente para que a Receita se debruce sobre esse projeto”, afirmou.

Questionado sobre o valor da arrecadação que o projeto poder gerar aos cofres públicos, Cintra disse que essas projeções ainda dependem de análise. “O presidente tem indicações, mas nós vamos confirmar isso no momento oportuno”, acrescentou.