Após críticas a Bolsonaro, Janaina Paschoal sinaliza deixar PSL

No início da noite, deputada negou que esteja deixando a bancada

Foto: Reprodução / Twitter

Após criticar publicamente o presidente Jair Bolsonaro e a organização de atos de apoio ao governo previstos para o domingo, a deputada estadual Janaina Paschoal ameaçou deixar o PSL. Deputada mais votada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a advogada sinalizou a possível desfiliação em uma mensagem enviada ontem no grupo de WhatsApp da bancada do partido no Legislativo paulista. As informações foram apuradas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

“Amigos, vocês estão sendo cegos. Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que os ajudei na eleição, mas preciso pensar no País. Isso tudo é responsabilidade”, escreveu a parlamentar na mensagem reproduzida pelo site O Antagonista e confirmada pelo Estadão com deputados do PSL. Em seguida, a deputada estadual deixou o grupo.

Nos últimos dias, Janaina publicou uma série de mensagens no Twitter afirmando ser contra os atos convocados em apoio a Bolsonaro. Para ela, é um erro os políticos do PSL se envolverem na organização das manifestações pró-governo, pouco mais de uma semana depois dos protestos contra os cortes em Educação, que ocorreram em mais de 250 cidades do País.

Nas postagens, ela também criticou a postura de Bolsonaro e dos filhos dele. “Estão causando um terrorismo onde não há! As pessoas estão apavoradas, escrevendo que nosso presidente está correndo risco (…) Mas quem o está colocando em risco é ele, os filhos dele e alguns assessores que o cercam. Acordem! Dia 26, se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá que parar de fazer drama para TRABALHAR!”

No início da noite, Janaina confirmou a saída do grupo de WhatsApp, mas negou a desfiliação do PSL. “Estou recebendo mensagens, indagando se eu teria saído do PSL, não saí. Saí do grupo de WhatsApp. Só isso. Como o Brasil, o partido deve ser plural”, escreveu.

Conhecida por ter sido uma das autoras do pedido que resultou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, Janaina se filiou ao PSL em abril de 2018 e chegou a ser cotada para ser vice na chapa de Bolsonaro na corrida presidencial, mas declinou alegando motivos pessoais.

O líder do PSL na Assembleia Legislativa, Gil Diniz, antecipou que vai defender que o mandato de Janaina fique com o partido, caso ela decida deixar a bancada.