Inep anuncia o nome do novo presidente

Alexandre Ribeiro Pereira Lopes é o quarto a assumir a autarquia

Foto: MEC / Divulgação / Agência Brasil

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que tem um novo presidente. Alexandre Ribeiro Pereira Lopes é o quarto a assumir a autarquia, ligada ao Ministério da Educação e responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Lopes substitui o delegado Elmer Coelho Vicenzi, que pediu demissão nesta quinta-feira (16).

Vicenzi estava no órgão desde 29 de abril. Foi o segundo chefe do Inep a sair do cargo este ano. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Vicenzi estava em meio a uma disputa com integrantes da procuradoria, a área jurídica do órgão, e acabou demitido. Ele defendia a divulgação dos dados produzidos pelo Inep, como avaliações e indicadores educacionais. A procuradoria é a favor de uma política de sigilo dos dados, que envolvem informações de alunos e escolas.

Os advogados do Inep ameaçaram pedir demissão, caso houvesse política de divulgação dos dados. Atualmente, as informações não são passadas ao público individualmente, apenas por escola, município ou Estado. Os nomes dos estudantes são protegidos. O Inep faz, por exemplo, censos educacionais, que recolhem dados de todos os estudantes do País.

Vicenzi é ex-delegado da Polícia Federal e assumiu após a demissão de Marcus Vinicius Rodrigues, que caiu porque resolveu acabar com a avaliação de alfabetização.
Oficialmente, o MEC informou que Vicenzi teria pedido demissão. Mas, segundo o Estado apurou, o ministro Abraham Weintraub defenderia a mesma posição de Vicenzi sobre os dados. Não conseguiu, no entanto, mantê-lo diante da pressão. Havia divergências também em relação ao Enem, cujas inscrições acabam hoje e já passaram de 5 milhões.
Vicenzi é a primeira baixa do MEC sob Weintraub. A pasta ficou marcada por uma série de demissões quando Ricardo Vélez Rodríguez era o ministro.

Exame

Vicenzi elogiava a forma como o Enem é atualmente e inutilizou o relatório de uma comissão que foi formada na gestão anterior para analisar a “adequação” das questões. A ideia, considerada uma espécie de censura ao exame, era a de que o grupo identificasse questões que tivessem “teor ofensivo”. Ele chegou a declarar que os itens (como são chamadas as perguntas da prova) são bens públicos e não poderiam ser jogados fora.