Aprovada audiência pública para discutir a retirada da vacina da Febre Aftosa

Uma importante discussão que movimenta todo o setor produtivo da cadeia da carne é a retirada da vacina da Febre Aftosa no Rio Grande do Sul. Visto a relevância do tema, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni propôs uma audiência pública para debater o assunto, que foi aprovada nesta quinta-feira pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa.

Para Rodrigo Lorenzoni, é necessário dar voz a todos, sejam produtores, governo e indústria. “Essa é uma decisão que impacta diretamente a produção de proteína animal. O produtor precisa estar informado e seguro”, ressaltou. “É nosso papel propor uma discussão transparente para que toda a cadeia interessada tenha pleno conhecimento do assunto.”

A aftosa é uma doença com transmissão rápida, que afeta diretamente animais de produção. Atualmente o Brasil é considerado um país livre de aftosa com vacinação para manter o rebanho livre da doença. O Ministério da Agricultura propôs um programa nacional da retirada da vacina da febre aftosa, para que a produção brasileira passe a ser livre da doença sem vacinação, o que aumentaria o status sanitário do país e refletiria positivamente no mercado, com a expansão da exportação da carne bovina, suína e de aves.

Contudo, para que seja efetiva a retirada da vacina e a produção não tenha risco de contrair um foco da doença, é essencial o fortalecimento de outras barreiras sanitárias, tal como a de proteção de fronteira, que exigiria do sistema de defesa sanitário uma fiscalização absolutamente efetiva do controle do tráfego de animais entre países.

A Secretaria de Agricultura do RS pediu que o Ministério da Agricultura realizasse a vistoria no estado, proposta no programa nacional, para atestar que o Rio Grande do Sul está apto a retirar a vacina. Para Lorenzoni, essa retirada seria um importante passo para a consolidação da cadeia produtiva gaúcha, no entanto, é preciso ter todas as condições necessárias e segurança no sistema de defesa sanitária. “Eu, como profissional da área, estudei para erradicar doenças e não para controlá-las, mas quanto a retirada da vacina precisamos atestar que as barreiras de proteção são eficazes para que nossos produtores não tenham nenhum risco em sua produção”, explicou Lorenzoni.