Morte de professor de jiu-jitsu não fica impune, garante governador do Rio

Wilson Witzel negou que os policiais cheguem atirando e atribuiu a milícias a morte de inocentes

Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, assegurou, hoje, que a morte do professor de jiu-jitsu Jean Rodrigues da Silva Aldrovande vai ser esclarecida. Ele morreu vítima de bala perdida, nessa terça-feira, no Complexo do Alemão, na zona norte da capital fluminense.

“A Polícia vai investigar com rigor. A morte do Jean não vai ficar impune”, disse o governador, após inaugurar a nova sede da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no município de Belford Roxo.

Jean era professor em uma academia no Complexo do Alemão, que sedia atividades de um projeto social custeado pelo Ministério do Esporte. Ele recebia da pasta R$ 950 por mês. No episódio, um rapaz que frequenta a academia também sofreu um disparo na perna e teve de ser hospitalizado.

A morte do professor levou moradores a protestarem fechando a Estrada Adhemar Bebianno, em Inhaúma, uma das vias que dá acesso à comunidade. Os manifestantes garantiam que o tiro que atingiu Jean partiu de policiais militares.

Já a Polícia Militar informou, em nota divulgada ontem, que “equipes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Complexo do Alemão foram acionadas para verificar uma ação que culminou com dois homens atingidos por disparos de arma de fogo na Rua Canitar”. De acordo com a nota, a dinâmica de como o fato ocorreu está sendo apurada.

Witzel negou que os policiais cheguem atirando. Segundo ele, o objetivo das ações é prender criminosos e apreender drogas para devolver a paz às comunidades. “A polícia é recebida a bala, com armas de guerra. E se a polícia não chegar, a facção adversária vai chegar e será pior ainda. O que estamos fazendo é enfraquecendo essas milícias, esses narcoterroristas, tirando deles aquilo que eles consideram sagrado e que pra nós é uma desgraça, que é a droga”.

O governador também atribuiu a criminosos a morte de inocentes. “Eles vão continuar atirando em pessoas inocentes, porque é com atos assim que o terrorismo intimida o Estado”, acrescentou.

Ele disse que todos devem ser investigados na apuração dos crimes. “Não importa se usa farda, se usa distintivo, se está no parlamento”, finalizou.