Governo desmente possível recuo do MEC sobre bloqueio de verbas a universidades

Líderes deixaram encontro com Bolsonaro, mais cedo, dizendo que presidente havia ligado para ministro e determinado o fim do contingenciamento

Foto: Carolina Antunes / PR / CP

O governo federal desmentiu, na noite dessa terça-feira, declarações de líderes da base aliada que, mais cedo, deixaram um encontro com o presidente Jair Bolsonaro falando em “recuo” do Ministério da Educação em manter o contingenciamento de verbas para as universidades.

Deputados de quatro legendas, entre elas o PSL, disseram que Bolsonaro telefonou para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e determinou a suspensão de cortes na área. Ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, líderes do PSL, Delegado Waldir (GO), do Novo, Marcel Van Hattem (RS), do Podemos, José Nelto (GO), e do Cidadania, Daniel Coelho (PE) deram a mesma versão. Também participaram do encontro parlamentares do PV, PSC e Patriota. A reunião ocorreu às 18h, após a Câmara ter convocado Weintraub a prestar explicações sobre os cortes, às 15h desta quarta.

De acordo com a nota expedida pela Casa Civil, a informação “não procede” e o governo segue “controlando as contas públicas de maneira responsável”.

Já o MEC sustenta que a ligação entre o presidente e o ministro sequer existiu. Após a confusão, Weintraub dirigiu-se ao Planalto para falar com Bolsonaro. De acordo com o Ministério, o presidente disse a ele que o bloqueio segue mantido. O Ministério da Economia também disse, em nota, que a Presidência não pediu a revisão no contingenciamento.

A reportagem do Estadão procurou novamente os líderes. Van Hattem se disse “surpreso” com o desmentido. Garcia também reafirmou ter visto o telefonema.

Já o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, enviou o seguinte esclarecimento: “O presidente disse que, se dependesse dele, não haveria corte em nenhum ministério. Contudo, afirmou sermos escravos da lei de responsabilidade fiscal”.