Cápsula do tempo é desenterrada após 88 anos em Pelotas

Expectativa agora é pela abertura da caixa de ferro, enterrada na década de 30 sob o monumento à ex-Miss Universo Yolanda Pereira

Foto: Janine Tomberg / Divulgação / CP

Começou, nesta quarta-feira, o trabalho de limpeza externa, registro fotográfico e estabilização da caixa de ferro encontrada enterrada, ontem, embaixo do monumento em homenagem à ex-Miss Universo Yolanda Pereira, na praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas, na metade Sul.

A ação ocorre na Prefeitura, a cargo dos restauradores do Museu da Baronesa Fabiane Rodrigues Moraes e Marcelo Madail. Não há previsão de quando vá ser possível abrir a cápsula do tempo, enterrada em novembro de 1931, um ano após Yolanda conquistar o título.

“A oxidação do metal da tampa, nestes 88 anos, soldou a caixa naturalmente. Temos que remover a oxidação em volta dela com cuidado no metal. Como a caixa foi tirada do interior do monumento, as condições de luz, temperatura e umidade relativa do ar foram alteradas, o que pode acelerar o processo de decomposição”, explica Madail.

Segundo ele, o material é que vai apontando quanto o trabalho já avançou. “Podemos abrir de uma hora para outra, ou em semanas”, admite.

Como a praça passa por uma obra de revitalização, a Prefeitura decidiu averiguar a possibilidade levantada pelo pesquisador Guilherme Pinto de Almeida, de que o recipiente não tenha sido desenterrado em 1981, como programado.

“Eu sempre tive a certeza de que tinha uma caixa. Uma publicação de época conhecida dos pesquisadores (a edição de 1931 do Almanache) fala o que há na urna e descreve o cerimonial”, esclarece o pesquisador. Ele conta que, com as obras na praça, alertou a Prefeitura para a situação do monumento a Yolanda, já deteriorado. “Além disso, o revolvimento da terra foi o momento propício para a escavação e descoberta da caixa”, relata Almeida. Para o historiador, quando o título completou 50 anos, “esqueceram de abrir” a urna.

Conforme Almeida, pelo inventário, dentro da caixa de ferro, esmaltada em azul e ouro, há uma fita com as cores do Rio Grande do Sul em uma chave. Também deve ser possível encontrar uma fotografia da miss autografada, jornais da época, a edição de 1931 do Almanache de Pelotas e clichês de moedas de prata com a efígie de Yolanda, entre outros itens.

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