A Brigada Militar recuou, na noite desta terça-feira, e informou que a aparência, a estatura e as tatuagens de um homem encontrado morto em uma região de matagal, na manhã de hoje, em Campina das Missões, não batem com as características de dois criminosos ainda foragidos que tiveram os nomes e fotos revelados, ontem, pela Polícia Civil.
Mais cedo, a corporação cogitou a possibilidade de ter encontrado o cadáver de Ezequiel David Trindade, integrante da quadrilha que assaltou, em 24 de abril, uma agência do Banco do Brasil, em Porto Xavier, também no Noroeste gaúcho. Ele é o principal suspeito de ter matado, em um confronto, no dia seguinte, o PM Fabiano Heck Lunkes.
A subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Aérea da Fronteira, major Vanessa Peripolli, reiterou, na noite de hoje, que cabe à perícia identificar o corpo, em definitivo. Ela também admitiu a hipótese de que o número de integrantes da quadrilha – estimado em sete – seja maior. Até agora, quatro foram presos e um morto em confronto com a BM.
Junto ao cadáver, em decomposição, foram encontrados uma mochila que continha dois revólveres calibre 38, um fuzil e dinheiro em grande quantia.
Em uma coletiva de imprensa, nessa segunda-feira, a Polícia confirmou que um dos assaltantes presos durante a operação contou que Ezequiel sofreu um disparo de fuzil durante o confronto que tirou a vida do soldado, no dia 25. Ele também relatou que o corpo do comparsa havia ficado caído em meio ao matagal.
Cerca de 150 policiais fizeram nove dias de cerco a uma área de 26 hectares em Campina das Missões. Hoje, um agricultor aposentado, que havia saído para procurar um cavalo, se deparou com o corpo, nas imediações de um rio.
Foragidos
Ezequiel Trindade é considerado de alta periculosidade. Ele fugiu do Presídio de Cruz Alta em fevereiro e, desde os 14 anos, acumula na ficha de antecedentes, crimes como homicídio, roubo e assalto a banco.
O segundo foragido, Luciano Aguilar de Mattos, teve o nome e fotos revelados, também ontem, em Porto Xavier. Conforme a investigação, ele recebeu e repassou ao restante do bando informações de mais duas pessoas, que residem em Campina das Missões e Porto Lucena, e participaram do planejamento do ataque ao banco.