Bolsonaro cancela viagem a Nova York

Mais cedo, patrocinadores do jantar de gala anunciaram estar retirando o apoio ao evento

Foto: Marcos Corrêa / PR / CP

O presidente Jair Bolsonaro cancelou a viagem a Nova York, nos Estados Unidos, onde tinha previsão de ser homenageado, em um evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA, como “Personalidade do Ano de 2019”, em 14 de maio. Com a decisão, o presidente também cancelou agenda em Miami.

Em nota, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro agradece a homenagem proposta. “Entretanto, em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York [Bill de Blasio] e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, destacou o porta-voz.

Mais cedo, patrocinadores do jantar de gala anunciaram estar retirando o apoio ao evento. Também aumentou a pressão de ativistas pelo cancelamento. A companhia aérea norte-americana Delta, o jornal britânico Financial Times e a consultoria Bain & Company confirmaram à Agência France Press (AFP) que retiraram o patrocínio. Manifestantes brasileiros e americanos de 12 grupos diferentes, incluindo ambientalistas e ativistas da causa LGBT, vinham fazendo protestos diários, à noite, em frente ao local previsto da homenagem, o hotel Marriott Marquis, que fica no coração de Manhattan.

O evento havia sido confirmado, de início, para o Museu de História Natural de Nova York, que também recebeu críticas e cancelou apoio à homenagem.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, qualificou Bolsonaro como “um homem perigoso” pelas posições “racistas, homofóbicas e contra a proteção da Amazônia”. Anualmente, a Câmara de Comércio Brasil-EUA escolhe duas personalidades, uma brasileira e outra americana, e as premia em um jantar de gala para mais de mil pessoas, com a presença de líderes do mundo das finanças, dos negócios e da diplomacia de ambos os países. As entradas, que já haviam se esgotado, eram vendidas a 30 mil dólares, cada.