A sambista Beth Carvalho morreu aos 72 anos, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro. Internada desde o dia 8 de janeiro no hospital Pró-Cardíaco, a cantora teve infecção generalizada (sepse), de acordo com a nota oficial da casa de saúde.
Beth sofria, há anos, com problemas de saúde. A compositora se submeteu a uma cirurgia em agosto de 2012. Mesmo assim, continuou sentindo dores devido a uma fissura na base da coluna vertebral.
Em 2018, a saúde fragilizada da cantora não a impediu de celebrar 40 anos do histórico disco De Pé no Chão. Sem conseguir ficar de pé, a sambista cantou deitada em um divã.
A compositora também é mãe da atriz e cantora Luana Carvalho, que deu à luz a pequena Mia, em março do ano passado.
Madrinha do Samba
Elizabeth Santos Leal de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de maio de 1946.
Beth teve contato com a música logo cedo, incentivada pela família. Aos oito anos, por exemplo, ouvia canções de grandes amigos do pai, como Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida. Já a avó, Ressú, sabia tocar bandolim e violão.
Nos anos 60, veio a paixão da cantora pela Bossa Nova. Em 1965, Beth gravou o primeiro compacto simples com a música Por Quem Morreu de Amor, de Menescal e Bôscoli. E, no ano seguinte, já envolvida com o samba, participou do show A Hora e a Vez do Samba, ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela.
Na década de 70, ela se tornou sucesso de vendas, emplacando vários sucessos como 1.800 Colinas, Saco de Feijão e Olho por Olho.
Em 1997, Beth se emocionou ao testemunhar um dos maiores hits, Coisinha do Pai, ser tocada no espaço sideral. A engenheira brasileira da Nasa programou a canção para ‘acordar’ o robô em Marte.
Incansável, a cantora continuou gravando discos, DVDs, ganhando homenagens e se apresentando ao redor do mundo até os últimos dias de vida.
Beth Carvalho vai ser sempre lembrada como uma das maiores representantes da música brasileira.