MST protesta em frente ao Incra, em Porto Alegre

Segundo o Movimento, a ação não afeta os servidores nem o atendimento ao público

Foto: Maiara Rauber./Divulgação.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza um protesto, na manhã desta terça-feira, em frente à 11ª Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizada na avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre. Segundo o MST, a ação não impede a entrada dos servidores do prédio e não prejudica o atendimento ao público.

Conforme o MST, o protesto no Incra foi motivado pela decisão do governo Bolsonaro de paralisar totalmente a Reforma Agrária e de desmontar iniciativas que contribuem para o desenvolvimento social, produtivo e econômico dos assentamentos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a assistência técnica. Além disso, as famílias assentadas denunciam a falta de infraestrutura, o que dificulta o acesso a estradas e água potável. O Movimento também se mobiliza pelo assentamento imediato de todas as famílias acampadas – no RS há cerca de 2 mil cadastradas no Incra. Já no Brasil, 150 mil ainda aguardam para serem assentadas.

A mobilização, que reúne camponeses de acampamentos e assentamentos de todas as regiões do Estado, ocorre em alusão ao 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária (Lei 10.469, de 25 de junho de 2002) e Dia Internacional de Lutas Camponesas.  Durante esta semana, diversas ações serão realizadas em todo o país.

Marcha e aula pública

Ainda nesta terça-feira, a partir das 13 horas, os integrantes do MST e indígenas, farão uma marcha pelas ruas centrais de Porto Alegre em defesa de seus territórios. O intuito também é dialogar com a população sobre a importância da Reforma Agrária e o seu papel na produção de alimentos saudáveis.

A marcha sairá do Incra em direção à Praça da Matriz, onde terá uma aula pública, às 14 horas, sobre a defesa dos territórios e os impactos da mineração no estado. A atividade será com o professor Paulo Brack, da Universidade Federal do RS (UFRGS). No estado, conforme o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), há 166 projetos de mineração, sendo que os principais estão localizados em Lavras do Sul, São José do Norte, Eldorado do Sul e Caçapava do Sul.