O governo federal anunciou nesta terça-feira a liberação de R$ 2 bilhões para obras de manutenção e restauração de estradas nevrálgicas para o sistema logístico, a maioria em más condições de conservação. De acordo com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, quase R$ 900 milhões irão para recuperar a capacidade da malha rodoviária. “Historicamente, há muitos anos, não tínhamos chuvas tão intensas e difusas. O binômio chuva e transporte de carga causou estragos”, disse. Questionado sobre de onde virá a verba, o ministro disse que “a pasta de Economia vai fazer um rateio onde cada um dos outros ministérios vai dar sua cota de contribuição”. “É como em casa, se economiza o máximo para garantir o mínimo indispensável”, explicou.
A medida faz parte de um conjunto de ações para o transporte rodoviário, que inclui também a criação de uma linha de crédito especial de até R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai fazer uma liberação inicial de R$ 500 milhões. “Serão atendidos aqueles que têm até dois caminhões por CPF, para dar condição de mais segurança para que a gente tenha uma frota brasileira com boa manutenção”, comentou Lorenzoni.
Estudos do governo apontaram que os itens de manutenção de caminhões são superiores ao próprio custo com diesel. O Ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que a categoria é muito respeitada pelo presidente Jair Bolsonaro e, por isso, desenvolveu programa voltado para o grupo. Ele anunciou que será instalado um fórum do transporte rodoviário de cargas e que a construção de postos de parada será obrigatória nas rodovias federais, o que será garantido nos contratos de concessões. “A falta de qualidade de postos de parada nos preocupa, porque o caminhoneiro não tem segurança para parar, lugar para dormir. Vamos prever isso nas próximas concessões”, disse, completando que será feita uma revisão contratual nas parcerias já vigentes.
Feitas ainda comentou que haverá a criação de uma cartão combustível, que “será disponibilizado em breve pela Petrobras”. Com ele, o caminhoneiro poderá indexar o frete ao aumento do diesel e vai garantir o preço do diesel. “Vai poder comprar o transporte naquele preço de contratação. São medidas importantes e estamos tentando pegar todo o espectro de demanda dos caminhoneiros”, afirmou. A tabela de referência também será atualizada, “baseada em parâmetros técnicos e amplamente aceitos”.