A 1ª Circunscrição Judiciária Militar do Rio de Janeiro confirmou, para as 14h desta quarta-feira, a audiência de custódia de dez militares do Exército presos e investigados pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, ocorrida na tarde de domingo.
O artista teve o carro da família atingido por mais de 80 tiros de fuzil, em Guadalupe, na zona Norte da cidade. Os disparos ainda feriram mais duas pessoas – o sogro da vítima e um pedestre que tentou ajudar a família. O veículo pode ter sido confundido com um automóvel usado por assaltantes.
O caso vai ser investigado pela Justiça Militar. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, as informações foram divulgadas pelo Superior Tribunal Militar.
O músico seguia com a família para um chá de bebê quando o carro cruzou com um grupo de militares, no perímetro de patrulhamento da Vila Militar. Segundo testemunhas, não havia operação policial e não houve ordem para o motorista parar. Sem aviso, os militares dispararam contra o veículo.
De acordo com o Ministério Público Militar, “a perícia do local foi feita nesta segunda-feira pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Os militares envolvidos foram afastados e encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária Militar para tomada de depoimentos”. Também prestou depoimento uma testemunha civil. Segundo o STM, dez dos 12 militares foram presos por “descumprimento de regras de engajamento”.
O STM reforça que a Audiência de Custódia é um ato do direito processual penal em que os indiciados por um crime, presos em flagrante, podem ser ouvidos por um juiz, que analisa as prisões sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação, “com ou sem a imposição de outras medidas cautelares”. Durante a Audiência, também serão ouvidas as manifestações do Ministério Público Militar e da defesa dos militares.